BRASIL: MORAES SE REÚNE COM LIRA PARA TENTAR “APROXIMAÇÃO”

Coronavírus: o que se vê e o que não se vê

Para economistas, abandonar isolamento durante pandemia pode levar ...

Henry Hazlitt, nos anos 40, escreveu sua principal obra, chamada Economia em uma única lição. Nela, o autor chama atenção para o que se vê e o que não se vê em economia. Por exemplo, um desavisado pode acreditar que se todas as pessoas saíssem de casa, num belo dia, com o intuito de quebrar as janelas de outras pessoas, isso causaria uma enorme redução do desemprego e uma ativação da atividade econômica, visto que seriam necessários milhares e milhares de vidraceiros para reparar a tragédia. De fato, essa é a parte que se vê. A parte que não se vê é que os recursos gastos no conserto de tais janelas não caíram do céu. Na verdade, as pessoas deixariam de comprar uma roupa nova ou cortariam aquele jantar fora de casa para pagar a maldita janela quebrada. Assim, empregos seriam cortados dos alfaiates e dos garçons para que os vidraceiros fossem beneficiados. Nenhuma riqueza foi criada; no caso, ela foi transferida. Cria-se riqueza com produção, nunca com destruição.

Atualmente, o mundo inteiro encontra-se imerso em um enorme transe coletivo, onde nada se vê além do coronavírus. Em nome dele, tudo é moral e permitido. Ao invés de se ater a bem informar seus cidadãos, governos tidos como respeitadores dos direitos individuais entraram no modo “full China” e passaram a confinar pessoas em casa, para o aplauso de boa parte da população, de muitos liberais em pânico e de quase todos os “especialistas”. 

Quais as consequências de manter bilhões de pessoas dentro de suas casas por meses a fio, sendo permitidos pouquíssimos deslocamentos? A verdade é que não sabemos, pelo simples motivo de que isso jamais foi antes feito. O efeito imediato mais visível é a catastrófica queda na atividade econômica. Centenas de milhões de desempregados. Mas, o que não está sendo visto? Por exemplo, como estão os índices de depressão? Como se encontra o número de suicídios? Como estão a violência doméstica e o alcoolismo? Como serão afetadas milhões de pessoas que tiveram tratamentos médicos e diagnósticos retardados? Como o sedentarismo em massa irá afetar a saúde da população? Como a fome afetará os índices de violência? Como futuras revoltas afetarão as estabilidades de governos e como estes irão reagir? Ninguém está preocupado! Ninguém está vendo! Pois só se vê o coronavírus. Todas as decisões são tomadas sem levar em conta nenhum impacto em outras dimensões da vida humana, pois a prioridade, dizem eles, é “salvar vidas achatando a curva”. 

Interessante que tal “salvamento”, do qual certeza absoluta só se tem dos efeitos colaterais, é propagado como “ciência”. Não importa que a teoria científica dos salvadores não coadune com fatos incômodos. Não importa que vários países do mundo não tenham adotado o confinamento em massa -- apostaram no uso intensivo de máscaras --, mas não fecharam nenhuma loja (Japão, Coreia do Sul, Taiwan, Hong Kong, etc.). Não importa que a Suécia tenha agido como o homo sapiens sempre fez em toda a sua jornada de sobrevivência, tendo ela resultados melhores que diversos países que seguiram o modo lockdown. Quem levanta sua voz contra a teoria dos salvadores é recebido como terraplanista, sendo confrontado com “modelos matemáticos” escatológicos e sempre revisados, ficando provado que eles, ao menos antes, estiveram errados.

Se os arquitetos do lockdown fossem gerir o trânsito, a velocidade máxima permitida seria 30km/h. Danem-se as consequências, a redução da produtividade, a impossibilidade de se usar vias urbanas. Vidas seriam salvas aos milhares e vida vale mais que a pressa. Se fossem gerir nossa alimentação, todas as comidas sólidas seriam banidas para evitar as milhares de mortes por engasgamento. Sal, gordura e doces, seriam logicamente proibidos. Doenças como hipertensão, dislipidemia e diabetes seriam drasticamente reduzidas. Vidas seriam salvas aos milhares e vida vale mais que o prazer de comer. 

Os arquitetos do lockdown são péssimos gestores, não só porque gerir requer visão ampla, enquanto a deles é tubular, descarta fatos e consequências. O maior problema deles é querer bem gerir as peculiaridades da vida de outros seres humanos. E isso é tão inalcançável que, mesmo sendo comprovado eficiente, seria imoral, mesquinho, autoritário e infantilizador.


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