BRASIL: MORAES SURPREENDE E MANDA SOLTAR EX-MINISTRO DE BOLSONARO


O ex-ministro do Turismo, Gilson Machado, teve a prisão preventiva revogada pelo ministro Alexandre de Moraes, do Supremo Tribunal Federal (STF), após ser detido sob suspeita de obstrução de justiça em investigações relacionadas a um suposto esquema golpista envolvendo Jair Bolsonaro. A prisão ocorreu na manhã do dia anterior, mas, em decisão posterior, o ministro determinou sua soltura.

Confira detalhes no vídeo:

Gilson Machado havia sido preso sob a acusação de tentar interferir nas investigações ao buscar a obtenção de um passaporte português para Mauro Cid, apontado como um personagem central nas investigações. Segundo a Procuradoria Geral da República, o pedido teria sido feito ao consulado português em Recife, no dia 17 de maio. A suspeita ganhou força após a divulgação na imprensa de que Mauro Cid obteve a cidadania portuguesa em fevereiro deste ano.

Além disso, reforçando a possibilidade de fuga, familiares de Mauro Cid teriam viajado para os Estados Unidos no mês anterior, aumentando as suspeitas sobre a intenção dele de deixar o país. Enquanto Gilson Machado era preso em Recife, Mauro Cid foi abordado pela Polícia Federal enquanto praticava corrida em Brasília e chegou a ser detido, mas a ordem de prisão também foi revogada por Alexandre de Moraes.

Ao chegar ao Instituto Médico Legal para exame de corpo de delito, Gilson Machado concedeu entrevista, negando as acusações e esclarecendo que sua única intenção era obter um passaporte para o pai, que tem 85 anos. Ele afirmou que não participou pessoalmente de nenhuma visita ao consulado português e negou qualquer envolvimento com atividades ilícitas, como tráfico de drogas. A defesa de Mauro Cid também alegou que o pedido de cidadania portuguesa foi feito em 2023 e concedido neste ano, explicando que a família toda possui cidadania portuguesa.

Mauro Cid prestou depoimento na Polícia Federal e negou ter qualquer intenção de fugir do país. Ele também negou o uso de perfis em redes sociais para discutir sua delação premiada, apesar de a investigação apontar que ele teria utilizado contas no Instagram, sob o nome da esposa, para criticar o ministro Alexandre de Moraes e agentes da Polícia Federal envolvidos nas investigações.

Em resposta, o ministro Alexandre de Moraes solicitou à empresa responsável pelo Instagram informações detalhadas sobre os perfis supostamente usados por Mauro Cid, incluindo dados cadastrais, conexões com outros logins e o conteúdo das mensagens enviadas e recebidas entre maio de 2023 e junho de 2025. A decisão estabelece um prazo de 24 horas para o envio dessas informações ao STF.

Especialistas ouvidos sobre o caso destacam a complexidade da situação. A comentarista Mônica ressaltou que, embora a prisão preventiva tenha sido revogada, a rapidez com que o ex-ministro foi detido levanta questões sobre a pressa do Judiciário em prender envolvidos antes da completa apuração dos fatos. Ela destacou a importância de investigar a fundo para punir somente os responsáveis, evitando prisões precipitadas.

Já o comentarista Krigner apontou um problema histórico da Justiça brasileira, que por vezes demonstra lentidão em casos graves, enquanto em situações de suspeita menos concretas age com rapidez e rigor midiático. Ele defendeu que o Judiciário deve ser levado a sério e agir de forma equilibrada, assegurando que as investigações avancem com responsabilidade e imparcialidade.

O episódio reacende o debate sobre o funcionamento da Justiça no Brasil, a condução das investigações envolvendo figuras políticas e a busca por transparência e eficiência na apuração dos fatos. Com a revogação da prisão de Gilson Machado e a continuidade das investigações, o caso segue acompanhando desdobramentos importantes para a esfera política e judicial do país.

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