Durante uma audiência no Senado, o ministro relatou que, em uma visita à Baixada Fluminense (RJ), sua equipe foi impedida de entrar em um dos condomínios recém-entregues. Mais tarde, descobriram que a ordem partia de criminosos ligados ao Comando Vermelho, que haviam assumido o domínio da área. Esse episódio, segundo Jader, ilustra a dificuldade do governo em manter a presença institucional dentro de comunidades onde o tráfico impõe regras próprias.
O ministro afirmou que o domínio das facções impede o acesso de agentes públicos e funcionários da Caixa Econômica Federal, responsáveis pela gestão dos imóveis, e também compromete a fiscalização do uso das moradias. Muitos desses conjuntos, que deveriam abrigar famílias de baixa renda, acabam sendo ocupados ou controlados por integrantes do crime organizado.
Diante desse cenário, Jader Barbalho Filho anunciou que pretende articular uma ação conjunta com o Ministério da Justiça e a Polícia Federal para recuperar o controle dos residenciais e restaurar a autoridade do Estado. O plano inclui operações coordenadas de segurança e a criação de mecanismos para evitar que novos empreendimentos caiam sob influência de facções.
O senador Carlos Portinho (PL-RJ) endossou a proposta e destacou que a atuação das facções nesses locais não se restringe ao Rio de Janeiro — há registros em estados como Ceará, Pará e Maranhão. Ele defendeu que, por se tratar de programas financiados com recursos federais, cabe à Polícia Federal assumir papel ativo nas investigações e operações. O ministro concordou e afirmou que irá encaminhar uma proposta formal de cooperação entre os órgãos de segurança para enfrentar o problema de forma estruturada.
Além da questão da criminalidade, o ministro aproveitou a audiência para criticar gestores municipais e estaduais que não utilizam as linhas de crédito disponíveis para obras de habitação e infraestrutura, optando por empréstimos com juros mais altos. Segundo ele, o governo federal tem recursos e programas acessíveis, mas muitas prefeituras não apresentam projetos ou desconhecem as formas de acesso.
O balanço apresentado por Jader mostra que o Minha Casa, Minha Vida já contratou cerca de 1,8 milhão de moradias desde 2023, sendo 1,1 milhão em fase de construção, com investimentos que superam R$ 285 bilhões. A meta, segundo ele, é chegar a 3 milhões de unidades até 2026.
A revelação sobre a infiltração do Comando Vermelho traz à tona um desafio grave: garantir que políticas sociais não sejam dominadas por organizações criminosas. O caso evidencia a urgência de integrar segurança pública e programas sociais, de modo que o Estado recupere o controle sobre territórios e assegure que os benefícios cheguem de fato às famílias que mais precisam.
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