Educação financeira: a raiz da prosperidade

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Uma das regras mais importantes da vida é a de que, para se obter bons resultados, é preciso primar previamente por uma preparação adequada e eficiente que proporcione a capacidade de lograr êxito. No entanto, culturalmente, tal valor tem sido deteriorado, com a ilusória percepção de que o sucesso pode ser gerado de forma fácil, sem esforço condizente. E é justamente tal costume que tem inviabilizado que economias com grande potencial atinjam a prosperidade.

O Brasil é um claro exemplo de nação com plenas condições de alçar crescimentos mais consistentes que, não obstante, se limita a produzir de acordo com o grau de ociosidade de seus combalidos fatores de produção. A chave para evoluir de tal cenário se encontra, fundamentalmente, no ato de poupar recursos e alocá-los em aplicações produtivas. Para tanto, é necessário que os indivíduos tenham seu fluxo financeiro organizado e bem controlado, cortando desperdícios e dosando excessos, para que se possa adquirir excedentes periódicos de renda e promover a alocação em investimentos.

A capacidade de aplicar eficientemente a poupança, bem como todo o aparato que viabiliza a obtenção desta, são oriundos de um processo contínuo de educação financeira, que consiste na habilidade de administrar bem as finanças pessoais e ter autocontrole em suas atitudes e hábitos. Tal fórmula é frequentemente malvista por boa parte da sociedade por conta da falsa percepção de que é preciso abrir mão de prazeres caros à individualidade para que seja concretizada, no entanto, é justamente a maioria da população que passa por dificuldades de coordenação financeira, que acarretam nas indesejosas privações, e poderiam ser sanadas ou atenuadas por aquilo ao qual nutrem repulsa. Ao contrário do senso comum, o ato de educar-se financeiramente permite, entre outros benefícios, que as escolhas despojadas da vida cotidiana sejam realizadas sem encargo de consciência ou risco para si próprio e sua família, pois faz com que as aquisições de bens e serviços se deem de forma compatível com a capacidade efetiva do consumidor. Ademais, os atributos proporcionados por esse novo modo de vida a ser adotado, mais prudente e próspero, impactam positivamente nas demais áreas da seara individual, possibilitando o custeio de uma melhor qualidade de vida, concretização de sonhos e projetos pessoais, e inibindo conflitos familiares oriundos de dificuldades desnecessárias.

Os países mais desenvolvidos do mundo possuem elevada taxa de poupança, tendo um contexto cultural que tem corroborado costumes edificantes por várias gerações. Em boa parte de tais exemplos, se faz presente um fator de suma relevância na matriz de incentivos: a ausência ou relativa escassez da ação do Estado no provimento de bens e serviços essenciais ou de boa estima popular. As famílias se veem beneficamente compelidas a realizar planejamentos financeiros para dispor daquilo que enxergam como necessário para a manutenção e qualidade de suas vidas, como cursos superiores, planos de saúde, previdência, casa própria, automóveis, etc., e ao cultivar os atos de poupar e investir, movimentam a economia de sua nação, gerando empregos e novos projetos empreendedores. Algo também fundamental para o progresso macroeconômico consiste na solidez do mercado de capitais, que, ao contrário do que é propagado no senso comum, é extremamente atrelado à produção direta, pois é por meio dele que são obtidos financiamentos ao menor custo possível para as empresas, tendo em vista que os compradores das ações que estas emitem assumem o risco da operação e não oneram-nas na tarefa de garantir retorno, diferentemente dos empréstimos e financiamentos diretos, que acarretam em tal dever jurídico. Além disso, esse mercado democratiza o acesso aos lucros e benefícios oriundos da valorização das empresas, fazendo também com que a população seja condicionada a ter boa estima por aqueles que de fato geram progresso em seu país.

Apesar da vasta variedade de possibilidades de enriquecimento, que é acessada por meio do conhecimento em investimentos e da educação financeira, tal hábito tem se limitado, no Brasil, às altas classes econômicas, que realizam planejamento anual e primam pelo longo prazo, enquanto a classe média consome praticamente toda a sua renda (ou até se endivida) numa visão míope que anseia por mais conforto a curto prazo e status, e a classe pobre faz planejamento diário, em busca de garantir a própria sobrevivência. Para que um povo possa progredir em grandeza, é preciso assumir erros e corrigi-los, adotando novos hábitos em busca da mudança positiva, sobretudo quando se trata de um âmbito tão nevrálgico e basilar como as finanças pessoais.


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