BRASIL: MORAES SE REÚNE COM LIRA PARA TENTAR “APROXIMAÇÃO”

Monarquia brasileira e Estado moderno

Uma concepção burkeana de Constituição e a questão monárquica ...

A família real brasileira não representa um sistema monárquico tradicional, mas sim absolutista e moderno. 

Possui uma mentalidade que contraria o catolicismo orgânico e civilista do mundo medieval puro, de antes da mentalidade totalitária nascer. 

Ou seja, eles corroboram a anomalia do Estado moderno criado pelos humanistas, violador do direito natural e individual. Corroboram o “establishment”. 

Rei medieval não governava a propriedade de ninguém, não produzia leis para espoliar bens alheios, e eram comandantes-em-chefe para defesa externa. Eram o primus inter paris, os primeiros entre iguais. 

Se voltarmos ao absolutismo dos Orleans, melhoraremos o estado atual do Estado brasileiro mas não resolveremos os problemas dos indivíduos brasileiros, no sentido de devolver-lhes a consciência sobre seus direitos naturais individuais e de fincá-los (e protegê-los) como pedra angular do sistema político. Para que haja no país realmente um esplendor civilizacional. 

O fato de D. Pedro II ter sido um bom governante não reduz os danos da doença maçom-corporativista que persiste no meio da família imperial. 

Os Estados nacionais são um mal menor necessário contra o avanço do poder global, mas depois de os indivíduos conseguirem reaver seu ilimitado poder de se armar, aqueles precisam também cair. 

A Espanha, por exemplo, é os vários reinos independentes, as várias Espanhas dentro de uma Espanha que existe autenticamente como campo cultural e atmosférico. 

Rei é aquele que unifica entes independentes locais apenas em situações extremas; não é mais possível haver poder concentrado e centralizado porque isso se mostrou modernamente desumano. 

Isto ocorreu em razão da traição do Rei contra a nobreza, seduzido pela lábia dos falsos intelectuais de palacete, os humanistas, que o convenceram de que era ele era um semideus e que devia se unir (se vender) à burguesia lobbista para concentrar poder e fundar fronteiras mercantis cerradas radicalmente, sem relação moral e exatamente cultural na sua costura (eis o estado moderno). 

Aí começou o cartel oligopolista que lascou os pequenos empreendedores.

Isso basicamente se deu foi no final do século XV em diante (Portugal, até antes).

A queda do Ocidente coincide com a queda da Igreja Católica como soberana entidade magisterial civil; a qual, na prática, nunca foi alçada à religião oficial antes dos Estados modernos surgirem. 

No medievo o Papa que ultrapassasse sua esfera estritamente da palavra e quisesse dar pitaco em reinos e condados saía chutado na bunda daquela jurisdição de governo que cabia a ele. 

E ao mesmo tempo, se o Papa desse livremente um comando moral e espiritualmente elevado, todos o seguiam de coração. 

A Igreja moldava a cultura e os poderes políticos se forjavam pelo que ela ensinava relativo a princípios éticos e direitos fundamentais. Pois a noção de dignidade humana, base do direito, vem dela. 

Mas a Igreja Professora inspirava só, não governava. Quando a Igreja (humana) se preocupou mais com doutrina e poder político do que com o magistério e a mística, tudo começou a ruir. 

O Poder espiritual não pode permitir, pois, que o poder temporal o opere. Deve influenciá-lo de longe no limite da aceitação livre das pessoas, dos governantes e da comunidade, devendo a identidade e manifestação concretas daquele ser protegidas por este, apenas. 

A revolução francesa é um agravamento do absolutismo. 

Esse Estado moderno que denuncio é obra de humanistas, cartéis burgueses, que acabou de forma reativa condicionando os católicos também. 

Nação, em verdade, era definida no mundo clássico como a comunhão cultural que enlaçava psicologicamente os povos, os quais podiam ou não (e na maioria não) estar unificados (centralizados) politicamente. 

Vide Grécia Antiga, Roma antes de ser império, na alta Idade Média e principalmente na Idade Média agostiniana, onde o sistema político foi o mais descentralizado e menos intervencionista/invasor às liberdades em toda história humana. 

Na baixa Idade Média, as heresias/erros intelectuais, como nominalismo, começam a desenhar a ideia do humanismo, que por sua vez arquiteta a primeira forma totalitária e radicalmente revolucionária de poder — o Estado moderno (baseado na imposição violenta de pensamentos e desejos de um homem ou de um grupo de homens sobre a maioria). 

Que caia o Globalismo antes.


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