BRASIL: DESEMBARGADOR FAZ DURO ALERTA APÓS PRONUNCIAMENTO DE MORAES

BRASIL: DESEMBARGADOR FAZ DURO ALERTA APÓS PRONUNCIAMENTO DE MORAES

O desembargador aposentado Sebastião Coelho, conhecido por sua atuação na defesa de presos políticos e opositores do governo, fez um forte alerta após os recentes pronunciamentos do ministro Alexandre de Moraes, do Supremo Tribunal Federal (STF). Em sua fala, Coelho questionou as repercussões da narrativa que, segundo ele, está sendo imposta tanto pelos agentes da atual administração quanto pela imprensa alinhada ao governo, após o episódio envolvendo fogos de artifício em Brasília. O desembargador criticou a postura do ministro, que vinculou o incidente à chamada "agressividade" e associou-o diretamente ao chamado "gabinete do ódio", referindo-se ao governo anterior. Coelho ironizou as declarações de Moraes, concordando com a frase do ministro de que "a impunidade gera agressividade", mas ressaltando que, além de agressividade, essa impunidade também geraria revolta. Para ele, a narrativa imposta por Moraes, sem investigação prévia, demonstra uma abordagem pré-julgadora e autoritária.

Confira detalhes no vídeo:


Sebastião Coelho também questionou a postura de Moraes, que, sem qualquer investigação formal, já se posicionou sobre o caso, afirmando que o incidente de Brasília não seria um fato isolado e que teria conexões com o 8 de janeiro. O desembargador alertou para o risco de um julgamento sem imparcialidade, uma vez que o próprio ministro seria o responsável por julgar o caso, sem que houvesse uma distribuição adequada do processo. Coelho criticou ainda a prática do STF de tratar questões políticas com a mesma urgência com que lida com casos judiciais, afirmando que, ao vincular o episódio atual a eventos anteriores, o ministro age de forma a pré-constituir um julgamento, desconsiderando a necessária isenção do Judiciário. 


Em um tom mais grave, Coelho relembrou os escândalos de corrupção que marcaram a história recente do Brasil, como o mensalão e o petrolão, e lamentou a forma como o STF tratou as condenações desses casos. Segundo o desembargador, após a condenação de poderosos políticos e empresários, a população acreditou que o país estaria finalmente superando a impunidade, mas essa esperança foi frustrada quando o Supremo anulou grande parte das condenações da Lava Jato e do mensalão. Para ele, o STF, ao conceder o que considera uma "anistia judicial", acabou enviando uma mensagem de impunidade, o que não foi contestado nem pela sociedade nem pelas demais instituições. O desembargador, então, concluiu com um duro pedido: o impeachment de Alexandre de Moraes, apontando que a sua conduta não só prejudica o sistema de justiça, mas também contribui para a desestabilização política do país. Coelho alertou que, se essa narrativa de perseguição política e impunidade continuar a ser disseminada, o Brasil corre o risco de viver uma crise institucional profunda, com consequências que podem ser irreversíveis.

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