O deputado Carlos Jordy, líder da oposição na Câmara dos Deputados, criticou fortemente o presidente da Casa, Arthur Lira, por sua demora em se posicionar contra os chamados "inquéritos irregulares" conduzidos pelo Supremo Tribunal Federal (STF), especialmente aqueles relacionados às decisões do ministro Alexandre de Moraes. Jordy questionou se a defesa das prerrogativas do Legislativo, recentemente feita por Lira, não deveria ter sido tomada muito antes, quando esses inquéritos começaram a violar a Constituição e o sistema acusatório do Brasil. O deputado destacou que, de acordo com a legislação, cabe à polícia investigar e instaurar inquéritos, ao Ministério Público fazer a acusação, e ao Judiciário julgar após ser provocado. Segundo Jordy, a prática do STF de instaurar inquéritos de ofício viola a separação dos poderes e os direitos constitucionais, algo que ele considera inaceitável.
Jordy também trouxe à tona outros episódios, como a prisão do deputado Daniel Silveira e as buscas realizadas em sua residência, nos quais, em sua opinião, não houve uma reação adequada da Câmara para proteger as prerrogativas dos parlamentares. Ele argumentou que a falta de uma ação firme nesses casos prejudicou a defesa das garantias constitucionais dos membros do Legislativo. Para o deputado, essa inação, somada ao recente posicionamento de Lira, revela uma omissão histórica frente aos abusos cometidos por algumas instituições do Judiciário, que, segundo ele, geraram um "estado de exceção" no Brasil. Jordy acredita que essa situação enfraquece a autonomia do Legislativo e coloca em risco a liberdade e a democracia no país, tornando cada vez mais urgente um posicionamento claro contra o autoritarismo.
A fala de Jordy gerou grande repercussão no cenário político, com muitos interpretando suas declarações como um alerta sobre a crescente polarização e a fragilidade das instituições democráticas. Ele ressaltou que, segundo o artigo 53 da Constituição, os parlamentares têm imunidade material e formal, o que significa que não podem ser processados por suas palavras, opiniões ou votos. Para Jordy, essa proteção é fundamental para que os deputados e senadores possam cumprir seus deveres sem o medo de represálias ou perseguições políticas e judiciais. O deputado questionou não apenas a postura de Lira, mas também o papel do STF e sua atuação considerada por ele autoritária. Esse debate sobre as relações entre os poderes Executivo, Legislativo e Judiciário no Brasil segue em alta, gerando discussões sobre o futuro da democracia e a necessidade de um controle mais rigoroso sobre as ações do Judiciário.
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