BRASIL: FOTO DE EX-MINISTRO DE BOLSONARO É EXCLUÍDA DA GALERIA DE EX-MINISTROS


O ex-ministro da Economia Paulo Guedes, que ocupou um dos cargos mais importantes durante o governo de Jair Bolsonaro, teve sua foto retirada da tradicional galeria de retratos de ex-ministros do Ministério da Fazenda. A decisão chamou a atenção nesta semana e gerou discussões sobre os critérios e os simbolismos envolvidos na preservação da memória institucional.

Confira detalhes no vídeo:

A galeria, localizada na sede do Ministério da Fazenda, em Brasília, é composta por retratos de figuras que exerceram a liderança da pasta ao longo das décadas. No entanto, a última foto atualmente exibida no mural é a de Eduardo Guardia, que foi ministro da Fazenda durante o governo de Michel Temer, sucedendo Henrique Meirelles. A ausência de Guedes na sequência levanta questões, especialmente considerando que ele esteve à frente do Ministério da Economia por todo o mandato de Bolsonaro, de 2019 a 2022.

A estrutura ministerial de Guedes e a controvérsia sobre o mural

Durante o governo Bolsonaro, houve uma reestruturação da administração federal, que fundiu pastas importantes. O Ministério da Fazenda foi absorvido pelo recém-criado Ministério da Economia, que incorporou também os ministérios do Planejamento, Indústria e Comércio Exterior e Previdência Social. Como chefe desse novo superministério, Guedes acumulou responsabilidades que anteriormente eram divididas entre várias pastas, o que marcou uma mudança significativa na gestão econômica do país.

Reações à exclusão de Guedes

A retirada da foto de Guedes não passou despercebida. Aliados do ex-ministro classificaram a decisão como uma tentativa de apagar seu legado na condução da economia brasileira. Eles destacam que Guedes liderou reformas importantes, como a da Previdência, e teve papel central no enfrentamento da crise econômica gerada pela pandemia da COVID-19.

Por outro lado, críticos de sua gestão argumentam que a exclusão reflete uma percepção negativa de sua condução econômica, marcada por altos índices de inflação, aumento da desigualdade social e questionamentos sobre a eficácia de suas políticas liberais.

Além disso, o episódio ilustra a tensão política que persiste entre o atual governo de Luiz Inácio Lula da Silva e o legado de Jair Bolsonaro. A ausência de Guedes no mural é vista por alguns como um reflexo da busca do atual governo por diferenciar-se completamente de seu antecessor, não apenas no campo das políticas públicas, mas também na narrativa histórica.

Memória institucional e os desafios da preservação

Especialistas em história política ressaltam que galerias como a do Ministério da Fazenda têm a função de preservar a memória institucional, independentemente de avaliações subjetivas sobre a gestão de cada figura. Para eles, a exclusão de Guedes — ainda que baseada em questões técnicas relacionadas à fusão de pastas — abre um debate sobre o equilíbrio entre critérios administrativos e a necessidade de registrar, de forma neutra, a continuidade das lideranças.

Por ora, o destino do retrato de Paulo Guedes permanece incerto. Resta saber se sua ausência será reconsiderada em algum momento ou se refletirá uma mudança permanente na forma como a história dos ministérios é registrada no Brasil.


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