VÍDEO: STF DERRUBA LEI SOBRE “LINGUAGEM NEUTRA” EM ESCOLAS



O Supremo Tribunal Federal (STF) recentemente declarou inválida uma lei de Uberlândia, Minas Gerais, que proibiu o uso de linguagem neutra nas escolas da cidade. A decisão foi tomada pela ministra Cármen Lúcia, que afirmou que a norma violava a competência da União e interferia indevidamente no currículo pedagógico das instituições de ensino. A ministra também destacou que a proibição da linguagem neutra infringia o princípio da liberdade de expressão e contrariava a Constituição.

Essa decisão foi motivada por uma ação movida pela Aliança Nacional LGBT+ e pela Associação Brasileira de Famílias, que contestaram a lei municipal. Essas organizações alegaram que a medida limitava os direitos dos alunos e educadores à liberdade de expressão, afetando negativamente o respeito à diversidade e a inclusão dentro das escolas. A linguagem neutra, proposta por movimentos sociais, busca evitar distinções de gênero nas formas de comunicação e é vista como uma ferramenta importante para reconhecer a identidade de pessoas que não se identificam com os gêneros binários tradicionais.

O julgamento gerou diversas reações, tanto sobre o uso da linguagem neutra quanto sobre a atuação do STF. Alguns críticos da decisão apontaram que a ministra Cármen Lúcia tem sido inconsistente em suas posturas, lembrando a censura que foi imposta pelo STF ao documentário da Brasil Paralelo, em 2022, sobre a facada sofrida pelo ex-presidente Jair Bolsonaro. A decisão judicial na ocasião foi vista por muitos como um ataque à liberdade de expressão e levantou questões sobre os limites da atuação do Judiciário em assuntos fora de sua competência.

A atuação do STF tem sido um tema recorrente de debate desde a ascensão do governo de Jair Bolsonaro em 2019, com muitos analistas observando que o Supremo tem assumido um papel cada vez mais intervencionista, decidindo sobre questões que, tradicionalmente, seriam de competência do Executivo ou do Legislativo. Dados recentes indicam que a frequência de intervenções do STF nesses poderes tem aumentado, o que gerou críticas sobre o impacto dessas ações na estabilidade política e institucional do país.

No caso específico da linguagem neutra, a decisão do STF de invalidar a lei de Uberlândia acirrou ainda mais as discussões sobre o papel do Judiciário nas questões sociais e culturais. Alguns críticos argumentam que, ao interferir em assuntos que envolvem a educação e as políticas públicas de um município, o STF está ultrapassando os limites de sua atuação constitucional. Além disso, há quem veja nesse tipo de intervenção judicial um desvio do foco nas questões fundamentais do ensino, como a aprendizagem de leitura e escrita, o que gera preocupações sobre os efeitos dessas decisões sobre a qualidade da educação no Brasil.

A polêmica em torno da linguagem neutra nas escolas revela um debate mais amplo sobre até onde o STF deve se envolver em questões de caráter social e político, especialmente em um país com profundas divisões sobre esses temas. A decisão de invalidar a lei de Uberlândia levanta questões sobre os limites do poder Judiciário e como ele pode afetar diretamente a dinâmica da política educacional e os direitos fundamentais de cada cidadão.

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