BRASIL: ALCKMIN TEM PLANO QUE PODE OCULTAR ALTA DE PREÇOS EM ÍNDICE DE INFLAÇÃO


O vice-presidente e ministro do Desenvolvimento, Indústria, Comércio e Serviços, Geraldo Alckmin, propôs uma mudança no cálculo da inflação oficial no Brasil. Ele sugeriu que o Banco Central considere a exclusão dos preços de alimentos e energia da composição do índice inflacionário, argumentando que essas categorias são altamente voláteis e influenciadas por fatores externos que não podem ser controlados pela política monetária.

Confira detalhes no vídeo:

A inflação oficial no Brasil é medida pelo Índice de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA), calculado pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE). O índice inclui uma ampla cesta de produtos e serviços, abrangendo alimentação, habitação, transportes, saúde, educação, entre outros. Entretanto, Alckmin questiona a eficácia de manter alimentos e energia na conta, uma vez que choques nesses setores frequentemente decorrem de eventos climáticos ou flutuações no mercado global, tornando o controle via taxa de juros ineficaz.

A proposta do vice-presidente se baseia na lógica de que aumentos na taxa básica de juros, a Selic, não resolvem problemas causados por fenômenos como secas, que reduzem a oferta de alimentos e pressionam os preços para cima. Ele argumenta que essa abordagem acaba penalizando a economia sem conseguir conter a inflação de maneira eficaz. A exclusão de alimentos e energia da conta inflacionária poderia levar a um cálculo mais estável e representativo da inflação estrutural do país.

A prática de excluir itens voláteis da inflação não é inédita no cenário internacional. Alguns países utilizam o conceito de "inflação subjacente", que exclui categorias mais sensíveis a oscilações sazonais e choques externos, permitindo uma análise mais precisa da trajetória dos preços. No entanto, essa abordagem levanta debates sobre os impactos para a política monetária e o poder de compra da população, já que alimentos e energia representam uma parte significativa do orçamento das famílias brasileiras.

A sugestão de Alckmin surge em um momento de discussões acirradas sobre a condução da política monetária pelo Banco Central. A instituição, atualmente presidida por Roberto Campos Neto, tem mantido a Selic em patamares elevados com o objetivo de controlar a inflação. Entretanto, setores do governo defendem uma flexibilização na política de juros para estimular o crescimento econômico. A exclusão de componentes voláteis da inflação oficial poderia abrir espaço para uma redução mais rápida das taxas de juros, aliviando o custo do crédito para empresas e consumidores.

Apesar da proposta do vice-presidente, mudanças no cálculo da inflação exigiriam ampla discussão entre economistas, o Congresso Nacional e órgãos responsáveis pelo monitoramento da economia. Especialistas apontam que a retirada desses itens poderia reduzir a percepção da inflação real sentida pela população, além de afetar a credibilidade dos indicadores econômicos.

O debate sobre a melhor forma de medir a inflação no Brasil promete se intensificar nos próximos meses. Enquanto o governo busca alternativas para impulsionar o crescimento sem comprometer o controle inflacionário, o Banco Central mantém sua posição de cautela diante dos desafios da economia global e dos riscos de pressões inflacionárias persistentes.

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