A deputada federal Bia Kicis criticou publicamente a atriz Fernanda Torres após uma entrevista concedida à BBC, na qual a artista defendeu a necessidade de punição para evitar o retorno da ditadura. Kicis desafiou a atriz a conhecer as mulheres e filhos de presos políticos no Brasil atual, mencionando casos de pessoas detidas sem respeito ao devido processo legal.
Confira detalhes no vídeo:
O debate ganhou força depois que Fernanda Torres interpretou Eunice Paiva, esposa do ex-deputado Rubens Paiva, no filme brasileiro que conquistou o Oscar de Melhor Filme Internacional. A obra retrata a história da ditadura militar e seus impactos nas famílias dos perseguidos políticos da época. Em sua declaração à imprensa, Torres afirmou que a falta de responsabilização por crimes do passado contribui para a permanência de ameaças à democracia.
Bia Kicis rebateu essa posição, lembrando que a Lei da Anistia concedeu perdão tanto a agentes do Estado quanto a militantes que participaram de atos violentos durante o regime militar. Para a deputada, a questão não deve se concentrar apenas na punição, mas sim no aprendizado e na justiça de forma ampla.
A parlamentar destacou que, no Brasil atual, há pessoas presas sem garantias jurídicas, incluindo mulheres e mães afastadas de seus filhos. Além disso, mencionou casos de indivíduos que perderam seus meios de subsistência ou enfrentam censura por expressarem suas opiniões políticas. Segundo Kicis, a punição seletiva imposta pelo Judiciário compromete a liberdade de expressão e os direitos fundamentais de cidadãos brasileiros.
Outro ponto levantado pela deputada foi a perseguição a parlamentares, jornalistas e cidadãos comuns, que, segundo ela, estão sendo silenciados por manifestarem opiniões contrárias ao atual sistema de poder. Kicis argumenta que a censura e a repressão a opositores políticos configuram um cenário de injustiça, e que um projeto de anistia poderia corrigir essa situação.
Em sua crítica, a deputada mencionou diretamente o ministro Alexandre de Moraes, afirmando que ele tem conduzido prisões e processos de forma arbitrária. Para Kicis, essas ações extrapolam os limites legais e representam um risco para a democracia. Ela também citou a ASFAV, associação que reúne familiares de presos políticos no Brasil, convidando Fernanda Torres a ouvir os relatos dessas pessoas antes de reforçar discursos que defendem punições.
O desafio lançado pela deputada reflete um embate maior sobre liberdade, justiça e o papel do Estado no combate a crimes políticos. De um lado, há quem defenda medidas duras para evitar retrocessos democráticos, como sugeriu Fernanda Torres. De outro, há críticas à atuação do Judiciário, que estaria promovendo perseguições políticas sob a justificativa de proteção institucional.
O tema segue gerando debates no meio político e jurídico, com divergências sobre a necessidade de punição ou de reconciliação nacional. Enquanto isso, os pedidos por uma nova anistia seguem em discussão no Congresso, com defensores alegando que essa seria a única forma de restabelecer direitos e garantir equilíbrio no cenário político brasileiro.
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