BRASIL: VICE-PREFEITO DE SP BATE BOCA COM PADRE LULISTA JULIO LANCELLOTTI EM CENTRO DE CONVIVÊNCIA


Na tarde de terça-feira, 18 de março de 2025, uma discussão acalorada entre o vice-prefeito de São Paulo, coronel Mello Araújo (PL), e o padre Júlio Lancellotti, da Pastoral do Povo de Rua, chamou atenção nas redes sociais. O desentendimento ocorreu durante um evento no Núcleo de Convivência São Martinho Lima, na zona leste da cidade, e foi registrado em vídeo, publicado pelo próprio padre. A tensão entre os dois tem raízes em suas abordagens divergentes sobre o tratamento de dependentes químicos e moradores de rua, especialmente na região da Cracolândia.

Confira detalhes no vídeo:

O conflito teve início na quarta-feira anterior, 13 de março, quando Mello Araújo fez uma declaração polêmica sobre a presença de dependentes químicos no bairro do Belém, também na zona leste. Segundo o vice-prefeito, a concentração dessas pessoas seria atribuída ao trabalho do padre Júlio na área, o qual ele acusou de realizar um "desserviço" à comunidade. A acusação gerou revolta por parte de Lancellotti, que durante a discussão desta terça-feira contestou as palavras de Mello Araújo, negando qualquer intenção de prejudicar a população em situação de rua.

Em meio à troca de farpas, o padre se defendeu, afirmando que nunca desejou que alguém ficasse nas ruas e refutou a ideia de que suas ações estivessem contribuindo para a problemática da região. Por outro lado, Mello Araújo, em tom enfático, acusou o religioso de apenas criticar a prefeitura e se recusar a colaborar efetivamente com as políticas públicas voltadas para os dependentes químicos e moradores de rua.

Os vídeos da discussão mostram o vice-prefeito questionando o padre sobre suas intenções, acusando-o de não colaborar para a solução dos problemas enfrentados pelos dependentes de drogas. Lancellotti, por sua vez, respondeu que não recebe apoio financeiro da prefeitura e que, na sua visão, quem recebe recursos públicos deveria se responsabilizar mais diretamente pela situação, incluindo a oferta de abrigos para os desabrigados. Ao final do encontro, o padre acusou Mello Araújo de demagogia, enquanto o vice-prefeito pediu para que o religioso “deixasse ele trabalhar”.

Esse episódio reflete uma série de tensões políticas e ideológicas sobre como lidar com a questão dos dependentes químicos e moradores em situação de rua, um problema de longa data na cidade de São Paulo. Mello Araújo, aliado ao bolsonarismo, tem buscado implementar medidas mais rígidas, como o encaminhamento de dependentes da Cracolândia para centros de tratamento e ações de resgate. Ele defende a ideia de que as políticas públicas devem priorizar o tratamento e a reintegração dos dependentes químicos, além de oferecer oportunidades de emprego e reabilitação.

Já a Pastoral do Povo de Rua, liderada por padre Júlio Lancellotti, atua mais diretamente no apoio aos desabrigados e em ações de acolhimento, com foco na dignidade humana e no respeito às pessoas em situação de vulnerabilidade. O trabalho da pastoral, frequentemente, entra em confronto com as abordagens mais rígidas adotadas pela atual gestão municipal, que, em sua visão, prioriza a “limpeza” das ruas e a implementação de medidas coercitivas.

O episódio também expõe a crescente polarização entre setores da sociedade que defendem abordagens mais humanitárias e os que adotam políticas mais pragmáticas e punitivas para lidar com os problemas sociais urbanos. A discussão entre Mello Araújo e padre Júlio Lancellotti é apenas mais um capítulo de um debate complexo e cheio de divisões ideológicas sobre como resolver a crise dos moradores de rua e dependentes químicos em São Paulo.

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