Entre 2023 e 2024, o governo de Luiz Inácio Lula da Silva destinou mais de R$ 300 milhões ao grupo Globo, de acordo com dados da Secretaria de Comunicação (Secom). Esses recursos foram aplicados principalmente em campanhas publicitárias do governo, com destaque para a TV aberta, onde foram destinados R$ 88 milhões. Esse valor já supera o montante total que havia sido repassado à Globo durante os quatro anos do governo de Jair Bolsonaro.
A destinação de tão grande quantia gerou discussões tanto dentro do governo quanto fora dele. Por um lado, o uso expressivo desses recursos busca fortalecer a presença do governo na mídia e divulgar suas políticas, enquanto enfrenta um momento de popularidade instável. Por outro lado, a grande quantidade de dinheiro direcionada a um único grupo de comunicação levanta questionamentos sobre a eficácia desse investimento, especialmente diante das dificuldades do governo em conquistar uma base sólida de apoio popular.
Apesar dos significativos repasses, a resposta do governo Lula às críticas sobre a falta de retorno da publicidade gerou insatisfações internas. Alguns aliados políticos e membros do governo criticaram a estratégia de comunicação, sugerindo que, embora o dinheiro tenha sido direcionado para campanhas publicitárias, não houve uma melhora significativa na imagem do governo. O repasse de grandes somas também gerou desconforto dentro da própria administração, já que alguns consideram que as verbas poderiam ser mais bem aproveitadas em outras áreas.
Além disso, o governo Lula se viu envolvido em uma polêmica envolvendo a nomeação de Gaz Hoffmann, recentemente designada para o cargo de secretária da Articulação Política Institucional. A escolha de Hoffmann gerou controvérsia após o presidente afirmar que a nomeação se deu, em parte, pela aparência dela, destacando que ela era "uma mulher bonita". A declaração provocou críticas entre jornalistas do grupo Globo, que se sentiram desrespeitadas pela fala, considerando-a sexista. Apesar de apoiarem o governo, essas jornalistas questionaram a postura do presidente, o que gerou um atrito inesperado.
Essa situação expôs mais uma vez as tensões entre o governo e a mídia, que, apesar de continuar recebendo substanciais verbas publicitárias, está cada vez mais crítica em relação ao estilo de liderança do atual presidente. Muitos apontam que a abordagem de Lula, que por vezes é considerada autoritária, está afastando aliados importantes, além de dificultar o relacionamento com os meios de comunicação.
Esse contexto revela um paradoxo importante: embora o governo Lula invista grandes recursos para garantir sua visibilidade na mídia, ele ainda enfrenta resistência tanto da população quanto de setores do próprio campo aliado, como é o caso do grupo Globo. Esse cenário exige uma reflexão sobre as estratégias de comunicação e o modo como o governo se posiciona internamente e externamente, já que as decisões tomadas no campo da imagem pública e da mídia têm impacto direto na sua governabilidade.
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