BRASIL: ADVOGADO DE ASSESSOR DE BOLSONARO INTERROMPE MORAES E O QUESTIONA SOBRE ASSUNTO ESPINHOSO


O julgamento no Supremo Tribunal Federal (STF) sobre a denúncia contra seis acusados de participação em uma tentativa de golpe de Estado, nesta terça-feira (22), gerou um momento de tensão quando o advogado de Filipe Martins, Sebastião Coelho, pediu para se manifestar enquanto o ministro Alexandre de Moraes começava a ler seu voto. O advogado levantou questionamentos específicos sobre um dos documentos centrais da investigação: a chamada "minuta do golpe", que, segundo as apurações, teria sido elaborada após a derrota eleitoral de 2022.

Confira detalhes no vídeo:

No início de seu voto, Moraes afirmou que não restava dúvida de que a minuta do golpe havia circulado entre diversas pessoas, chegando até o presidente da República à época, Jair Bolsonaro. O documento em questão, que propunha a declaração de estado de sítio em caso de derrota eleitoral, foi encontrado durante uma operação da Polícia Federal, que investiga possíveis tentativas de subverter o resultado das eleições.

Foi nesse ponto que o advogado Sebastião Coelho interrompeu o relato de Moraes. Dirigindo-se diretamente ao ministro, Coelho questionou a materialidade da acusação, sugerindo que não estava claro, nos autos, onde se encontrava o documento que Moraes mencionava. Ele indagou especificamente se a minuta estava relacionada ao nome de Mauro Cid, ex-ajudante de ordens do então presidente Bolsonaro. Coelho manifestou que, apesar da intensa análise do processo, o documento não estava evidente ou detalhado para a defesa no material apresentado.

Em resposta, Moraes pediu calma ao advogado, indicando que ele ainda não havia completado a leitura de seu voto e que a explicação sobre a localização do documento viria em seguida. O episódio ilustrou um dos momentos críticos do julgamento, com o advogado tentando esclarecer detalhes específicos sobre a materialidade das provas, enquanto o ministro do STF seguia com a apresentação de seu voto.

O caso em questão está relacionado à investigação de um possível golpe de Estado, envolvendo um grupo de seis pessoas, integrantes do que ficou conhecido como "núcleo 2". Eles são acusados de articular ações para tentar reverter o resultado das eleições de 2022, usando a máquina pública para criar dificuldades no processo eleitoral. A denúncia da Procuradoria Geral da República (PGR) aponta que, entre as ações desses envolvidos, estava o uso da Polícia Rodoviária Federal (PRF) para dificultar o acesso de eleitores aos locais de votação, especialmente na Região Nordeste, onde o candidato Luiz Inácio Lula da Silva (PT) obteve grande apoio no segundo turno das eleições.

A acusação, que implica a manipulação de recursos públicos para favorecer a tentativa de golpe, coloca em foco o envolvimento de autoridades e instituições no processo de manipulação das eleições, além de levantar questões sobre a legitimidade e a legalidade das ações que estariam sendo orquestradas por integrantes do governo de Bolsonaro.

O julgamento da Primeira Turma do STF, que segue em andamento, trata de uma das mais graves investigações envolvendo a tentativa de subversão da ordem democrática no Brasil. A questão da materialidade das provas, especialmente em relação à minuta do golpe, continua a ser um ponto de debate entre acusação e defesa, e o desfecho do caso promete repercussões significativas para o futuro político do país.

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