O perito judicial Eduardo Tagliaferro, que está sendo investigado pelo ministro Alexandre de Moraes por suspeita de vazar informações confidenciais do Tribunal Superior Eleitoral (TSE), teria cogitado deixar o Brasil. Tagliaferro, que foi chefe da assessoria especial de enfrentamento à desinformação no TSE entre agosto de 2022 e maio de 2023, teria entrado em contato com o jornalista Osvaldo Eustáquio, que está na Espanha, para buscar asilo político. Segundo a conversa entre os dois, divulgada recentemente pelo jornalista português Sérgio Tavares, Tagliaferro expressou temor de perseguição por parte de Moraes.
Confira detalhes no vídeo:
Apesar das alegações de que ele estaria tentando deixar o país, a defesa de Tagliaferro nega que ele tenha intenções de se exilar. No entanto, a conversa com Eustáquio, que ocorreu em outubro de 2023, revela que o perito estava bastante assustado com a situação e manifestava medo em relação às ações do ministro Alexandre de Moraes. A gravidade das ameaças que Tagliaferro sentia foi uma das principais razões pelas quais ele cogitou a possibilidade de sair do Brasil.
A investigação que envolve Tagliaferro começou quando ele foi acusado de vazar informações sensíveis do gabinete de Moraes no TSE. A suspeita de que o perito possa ter se envolvido em práticas ilegais gerou um clima de incerteza, levando-o a temer pela sua segurança. Essa situação levanta questionamentos sobre os limites da atuação de autoridades, como o ministro do Supremo Tribunal Federal (STF), e sobre como indivíduos que colaboraram com tais autoridades podem se sentir vulneráveis quando estão sob investigação.
A possibilidade de Tagliaferro deixar o Brasil e buscar asilo político é uma situação rara e delicada. A defesa do perito ainda não se posicionou oficialmente sobre a possibilidade de ele formalizar um pedido de asilo, mas as revelações sobre a conversa com Eustáquio indicam que ele está em um estado de apreensão e insegurança. Muitos se perguntam por que ele não recorreu às autoridades brasileiras para formalizar uma denúncia ou pedir proteção, caso estivesse realmente sendo ameaçado.
A resposta a essa questão pode estar no entendimento de Tagliaferro de que, ao buscar ajuda dentro do próprio sistema, ele poderia estar colocando sua segurança em risco. A alegação de que as autoridades brasileiras poderiam estar envolvidas em ações que ultrapassam os limites da legalidade e da ética não é nova, mas ganha força à medida que o caso se desenrola. Se o perito acredita que as autoridades que ele deveria recorrer estão, de alguma forma, comprometidas com o poder que ele teme, sua decisão de buscar asilo no exterior pode ser vista como uma tentativa de garantir sua integridade física e moral.
Além disso, o fato de que Tagliaferro teria informações sensíveis, envolvendo ilegalidades que ainda não vieram à tona, também reforça a sensação de que ele pode ser um alvo. Como colaborador próximo de Moraes, ele pode ter acesso a detalhes de processos e investigações que não foram divulgados, o que lhe confere um conhecimento privilegiado e, por isso, um risco potencial.
O caso de Tagliaferro ilustra uma realidade complexa sobre as tensões políticas e judiciais que envolvem o país, especialmente quando figuras-chave do governo e do judiciário entram em conflito com membros da sociedade civil. O futuro de Tagliaferro e o desenrolar dessa investigação continuarão a ser acompanhados com atenção, já que a situação pode trazer implicações mais profundas para a credibilidade das instituições brasileiras.
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