O governo do presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) já admite, nos bastidores, que a partir de 2027 poderá enfrentar sérias dificuldades financeiras para garantir o funcionamento básico da máquina pública. Técnicos do governo e especialistas em contas públicas veem com preocupação o cenário fiscal do país, que se mostra cada vez mais pressionado por gastos obrigatórios crescentes e pouca margem para manobras orçamentárias.
Confira detalhes no vídeo:
O principal alerta é que, mantidas as atuais regras e compromissos assumidos, o orçamento federal poderá não ser suficiente para cobrir todas as despesas correntes, o que inclui salários do funcionalismo, custeio da administração pública, investimentos e programas sociais. Parte significativa desse aperto decorre da explosão no volume de precatórios – dívidas judiciais que a União é obrigada a pagar – e do aumento das emendas parlamentares, que se tornaram quase intocáveis por força de acordos políticos e mudanças legais recentes.
Esses dois itens vêm consumindo parcelas cada vez maiores do orçamento da União. Os precatórios, que tiveram seu pagamento adiado em anos anteriores por meio de mudanças constitucionais, voltam ao centro das atenções com a aproximação do prazo para quitação. A expectativa é de que eles exijam dezenas de bilhões de reais anuais a partir de 2027, pressionando ainda mais as contas públicas.
As emendas parlamentares, por sua vez, passaram a representar um volume significativo do orçamento federal. Esses repasses, direcionados por deputados e senadores para obras e ações em suas bases eleitorais, têm crescido em influência e valor, tornando-se uma ferramenta de barganha política difícil de conter. Como são de execução obrigatória, esses recursos acabam retirando a flexibilidade do governo para alocar verbas em áreas prioritárias, como saúde, educação e infraestrutura.
Economistas apontam que o atual modelo fiscal está cada vez mais engessado e que, sem uma reforma profunda, o país corre o risco de entrar em uma trajetória de insustentabilidade. Isso significa que o governo pode não conseguir cobrir todas as suas obrigações com a arrecadação prevista, aumentando a necessidade de endividamento ou cortes drásticos em áreas essenciais.
O novo arcabouço fiscal aprovado em 2023, que substituiu o antigo teto de gastos, estabelece metas de resultado primário e limites de crescimento das despesas. No entanto, especialistas questionam se o mecanismo será suficiente para conter o avanço das obrigações e equilibrar as contas públicas nos próximos anos. Com o aumento de despesas obrigatórias e receitas instáveis, o desafio será cada vez maior.
A projeção de dificuldades financeiras a partir de 2027 acende um alerta não apenas para o atual governo, mas para toda a sociedade. Sem medidas estruturais, o país pode enfrentar um cenário de colapso fiscal, com atrasos em pagamentos, paralisações de serviços e perda de confiança do mercado. A situação exige planejamento, responsabilidade e, principalmente, disposição política para enfrentar temas impopulares, mas necessários.
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