O presidente da Câmara dos Deputados, Hugo Motta (Republicanos-PB), bloqueou nas redes sociais os perfis da Associação dos Familiares e Vítimas do 8 de Janeiro (ASFAV) e da advogada Carolina Siebra, que representa o grupo. A ação aconteceu após uma série de cobranças públicas feitas pela entidade e pela defensora, pedindo que o parlamentar colocasse em votação o Projeto de Lei que propõe a anistia para os condenados pelos atos de 8 de janeiro de 2023.
Confira detalhes no vídeo:
A ASFAV, formada por parentes e apoiadores de pessoas presas e condenadas após os ataques às sedes dos Três Poderes, tem pressionado intensamente o Congresso para aprovar a proposta de anistia. Nas últimas semanas, a associação intensificou a mobilização nas redes sociais, direcionando seus apelos diretamente a Hugo Motta, que, como presidente da Câmara, tem o poder de decidir quais projetos entram na pauta de votação.
Diante da pressão crescente, Motta optou por bloquear tanto a conta oficial da associação quanto o perfil da advogada, encerrando a possibilidade de novas interações públicas entre ele e o grupo nas plataformas digitais. A medida causou forte reação entre os membros da ASFAV, que classificaram o gesto como uma tentativa de silenciar suas reivindicações e minimizar o alcance do movimento.
A decisão de bloquear os perfis ocorre em um momento de alta tensão no ambiente político em torno da questão da anistia. De um lado, familiares e apoiadores dos presos alegam que houve exageros nas condenações e defendem que as penas aplicadas foram desproporcionais. De outro, setores do Congresso e da sociedade civil rechaçam a ideia de anistiar os envolvidos, considerando que isso enfraqueceria o combate a atos antidemocráticos.
A pressão para que o projeto seja votado vem principalmente de parlamentares da oposição, muitos ligados ao Partido Liberal (PL), sigla do ex-presidente Jair Bolsonaro. Eles veem na aprovação da anistia uma forma de reforçar sua base eleitoral e atender às demandas de uma parte significativa de seus apoiadores. No entanto, Hugo Motta tem se mostrado reticente em levar o texto adiante, citando a necessidade de maior consenso político para evitar desgaste institucional.
Internamente, a atitude de Motta de bloquear os perfis também é interpretada como um recado para tentar conter pressões públicas sobre decisões que são, tradicionalmente, de competência da presidência da Câmara. Em seus bastidores, aliados argumentam que o parlamentar quer evitar que o processo legislativo se transforme em uma arena de embates nas redes sociais.
Enquanto isso, a ASFAV promete continuar a mobilização, buscando apoio em outras frentes e organizando atos para sensibilizar a opinião pública e os congressistas. A disputa em torno do Projeto de Lei da Anistia, portanto, continua aberta, refletindo o clima de divisão que ainda marca o cenário político brasileiro após os eventos de janeiro de 2023.
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