BRASIL: POLÍCIA USA BOMBAS PARA ACABAR COM INVASÃO DO MST, QUE RECLAMA DE “ILEGALIDADE”


No domingo, 27 de abril, uma operação conjunta da Polícia Militar do Mato Grosso do Sul resultou na retirada de aproximadamente 300 trabalhadores rurais ligados ao Movimento dos Trabalhadores Rurais Sem Terra (MST) que ocupavam uma fazenda pertencente à empresa JBS no município de Dourados. A ação contou com o apoio da Tropa de Choque e do Departamento de Operações de Fronteira (DOF), mobilizando um efetivo significativo para garantir o cumprimento da ordem de desocupação.

Confira detalhes no vídeo:

A fazenda, localizada em uma região estratégica do estado, vinha sendo ocupada pelos integrantes do movimento como forma de reivindicação por reforma agrária e uso social da terra. A presença do grupo no local havia sido iniciada alguns dias antes da ação policial, como parte de uma mobilização mais ampla promovida pelo MST em diversas regiões do país. A escolha da área da JBS, uma das maiores empresas do setor de carnes no mundo, foi vista como simbólica pelos manifestantes, que questionam a concentração fundiária e a destinação das terras improdutivas.

Durante a operação de retirada, a polícia cercou a área e iniciou a remoção dos manifestantes de forma coordenada. Apesar da tensão, não foram registrados confrontos graves ou feridos, segundo informações preliminares. Os integrantes do movimento deixaram o local gradualmente, levando seus pertences e montando acampamentos improvisados nas imediações, aguardando orientações das lideranças do MST sobre os próximos passos do protesto.

A desocupação reacende o debate sobre os conflitos fundiários no Brasil, especialmente em regiões com grande concentração de terras em mãos de empresas ou latifundiários. Para o MST, essas ações são estratégias de pressão para que o governo federal avance na criação de assentamentos e na regularização de áreas para agricultura familiar. Já do ponto de vista das autoridades estaduais e dos proprietários, as ocupações são tratadas como invasões ilegais que precisam ser contidas para garantir a ordem pública e o direito à propriedade privada.

O Mato Grosso do Sul é historicamente um estado marcado por disputas agrárias, envolvendo comunidades indígenas, movimentos sociais e grandes empreendimentos do agronegócio. A tensão entre diferentes interesses sobre o uso da terra continua sendo um dos principais desafios da política agrária brasileira. A presença constante das forças de segurança em ações desse tipo evidencia a complexidade da situação e a dificuldade de alcançar soluções que contemplem os diversos lados do conflito.

A retirada dos trabalhadores da fazenda da JBS ocorre em um momento de intensificação das mobilizações do MST, que cobra maior atuação do poder público na implementação de políticas de reforma agrária. Por outro lado, o governo estadual tem mantido a postura de garantir o cumprimento das decisões judiciais e proteger os direitos dos proprietários legais das terras.

Após a desocupação, o clima na região segue tenso, com o MST articulando novos protestos e denunciando a criminalização de seus atos. A situação permanece em aberto, e novos desdobramentos são esperados nos próximos dias, tanto no campo jurídico quanto no político e social.

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