O ex-presidente da República Fernando Collor, de 75 anos, afirmou nesta sexta-feira, 25 de abril de 2025, que não possui doenças e tampouco faz uso de medicamentos contínuos. A declaração foi dada durante audiência de custódia conduzida pelo juiz auxiliar Rafael Henrique Janela Tamai Rocha, que atua no gabinete do ministro Alexandre de Moraes, do Supremo Tribunal Federal (STF).
A fala de Collor chamou atenção porque contraria a versão sustentada por seus próprios advogados. A defesa havia argumentado que o ex-presidente enfrentava problemas de saúde que poderiam justificar um pedido de substituição da prisão por medidas alternativas. Agora, com o próprio Collor afirmando estar em boas condições físicas, a estratégia jurídica deverá ser reavaliada.
O ex-presidente foi detido por ordem de Alexandre de Moraes após ser condenado por corrupção no âmbito da Operação Lava Jato. A audiência de custódia teve como objetivo assegurar que sua prisão ocorresse de forma regular e sem abusos.
No depoimento, Collor respondeu de maneira serena às perguntas do magistrado e disse não ter qualquer problema de saúde que exigisse tratamento ou cuidados especiais. Não houve relatos de maus-tratos ou irregularidades no procedimento de sua prisão até o momento.
A confirmação de que Collor está saudável pode enfraquecer eventuais pedidos da defesa por benefícios legais baseados em questões médicas. Advogados criminalistas observam que, ao afastar o argumento de fragilidade física, o ex-presidente pode ter dificultado sua própria tentativa de conseguir uma prisão domiciliar ou medidas alternativas.
Fernando Collor foi condenado por corrupção passiva e lavagem de dinheiro, em processos ligados à Lava Jato, e enfrenta uma sentença pesada, que inclui o cumprimento de pena em regime fechado. Sua prisão reacende debates sobre a atuação do STF e o alcance da responsabilização de figuras históricas da política brasileira.
Além disso, a situação evidencia um conflito entre a narrativa montada pela defesa e as declarações do próprio Collor, o que pode gerar reflexos negativos na condução do caso. Com a estratégia inicial comprometida, a equipe jurídica deve buscar outros caminhos para tentar amenizar a situação do ex-presidente.
Ainda são esperadas novas movimentações nos tribunais nos próximos dias, especialmente pedidos de habeas corpus ou de revisão da decisão que determinou a prisão. A expectativa é que o Supremo Tribunal Federal se debruce novamente sobre o caso em breve.
O episódio também amplia a pressão política em torno da Operação Lava Jato e suas consequências, colocando mais uma vez figuras do passado recente do país sob os holofotes da Justiça. Fernando Collor, que já havia feito história ao ser o primeiro presidente eleito após a redemocratização e o primeiro a sofrer um processo de impeachment, agora enfrenta um novo e difícil capítulo em sua trajetória.
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