A reunião da Comissão de Ética da Câmara dos Deputados, ocorrida nesta terça-feira (9), foi marcada por momentos de forte tensão e protestos por parte de parlamentares ligados ao governo. A sessão teve como destaque a votação que decidiu pela perda de mandato do deputado Glauber Braga (PSOL-RJ), acusado de conduta incompatível com o cargo.
Durante o encontro, o deputado Érika Hilton (PSOL-SP) protagonizou um dos momentos mais intensos ao reagir de forma exaltada contra o andamento dos trabalhos. Com gritos e interrupções, ela expressou indignação com o processo que levou à cassação de seu colega de partido. O tumulto provocado por sua postura levou à suspensão temporária da sessão por diversas vezes, enquanto os membros da comissão tentavam retomar a ordem.
A decisão de cassar o mandato de Glauber Braga teve como base um incidente ocorrido em abril do ano anterior, quando o parlamentar foi registrado agredindo fisicamente, com chutes, um ativista ligado ao Movimento Brasil Livre (MBL) nas dependências da Câmara. O caso foi considerado uma violação das normas de conduta parlamentar e acabou culminando na abertura do processo disciplinar.
Os ânimos estavam acirrados entre os parlamentares durante toda a reunião. Deputados aliados de Braga argumentavam que a penalidade era exagerada e que havia motivações políticas por trás da decisão. Já integrantes da oposição defendiam a cassação como uma resposta necessária a um comportamento que feriu a imagem da instituição.
Apesar das manifestações contrárias, a maioria da comissão decidiu confirmar a cassação do deputado, encerrando o processo com a perda de seu mandato. A medida retira de Braga não apenas o cargo eletivo, mas também os direitos políticos por tempo determinado, de acordo com a legislação vigente.
A repercussão do caso foi imediata, tanto dentro da Câmara quanto nas redes sociais. Parlamentares e militantes do PSOL classificaram a decisão como uma tentativa de desarticular figuras combativas e comprometidas com causas populares. Por outro lado, setores mais conservadores do Legislativo consideraram a medida um passo importante para preservar a integridade da instituição.
A situação também reacende discussões sobre o comportamento esperado de deputados e sobre a maneira como a ética parlamentar é avaliada e punida. Enquanto alguns defendem atuações firmes e contundentes no plenário, outros cobram responsabilidade e respeito às normas que regem o funcionamento da Casa.
Com a cassação de Glauber Braga, o PSOL avalia alternativas legais e políticas para tentar reverter a decisão ou minimizar seus impactos. O episódio evidencia as disputas internas e a polarização que caracterizam o atual cenário político brasileiro, além de levantar reflexões sobre os limites da atuação dos parlamentares e os critérios adotados nos julgamentos éticos da Câmara dos Deputados.
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