A morte de uma menina de 8 anos, que inalou desodorante aerosol após participar de um desafio viral na internet, reacendeu a discussão sobre a necessidade de regulamentação das redes sociais no Brasil. O incidente foi amplamente comentado e gerou divisões na sociedade, principalmente após a primeira-dama Janja da Silva se manifestar nas redes sociais, utilizando o caso para reforçar a urgência de um projeto de lei que visa controlar as plataformas digitais.
Em um vídeo publicado em seu Instagram, Janja lamentou a morte de Raíça, dizendo que a menina “merecia viver tudo nesta vida” e criticando a falta de regulamentação nas redes sociais. A primeira-dama afirmou que essa tragédia evidencia o risco de um “território sem lei” na internet e destacou que, por conta disso, o projeto de regulação das redes sociais deve ser aprovado com a máxima urgência, para evitar mais mortes e danos às crianças.
Porém, a postura da primeira-dama não foi bem aceita por todos. Críticos do governo acusaram Janja de usar um caso trágico para promover uma agenda política. Para esses opositores, é necessário primeiro respeitar a dor da família e permitir que as autoridades competentes conduzam a investigação do caso, sem transformar a tragédia em um palanque político. Além disso, há quem argumente que a regulação das redes sociais proposta pelo governo pode ser usada como uma forma de censura e controle sobre a liberdade de expressão, principalmente em um momento de crescente oposição política.
A proposta de regulamentação das redes sociais, que já está sendo debatida no Congresso, é vista por muitos como uma tentativa de limitar o uso das plataformas digitais. Embora haja apoio para a ideia de combater os perigos da internet, como os desafios virais que colocam a vida de crianças em risco, críticos afirmam que já existem leis em vigor que regulam o uso da internet no Brasil, como o Marco Civil da Internet, sancionado em 2015. Este conjunto de normas, segundo eles, já estabelece responsabilidades para as plataformas e mecanismos para proteger os usuários, sem precisar de uma nova legislação.
A polêmica em torno do caso também envolve o questionamento sobre até que ponto o governo está tentando usar a tragédia para avançar sua agenda. Alguns consideram que, em vez de usar esse momento para discutir uma nova regulamentação, o foco deveria ser em investigar adequadamente a morte da criança e identificar os responsáveis pela disseminação de conteúdos perigosos. Esse tipo de abordagem, segundo os críticos, ajudaria a evitar que tragédias como a de Raíça se repetissem, sem recorrer a medidas que possam ser interpretadas como censura.
Enquanto o debate continua, a solidariedade à família da vítima foi expressa por muitas pessoas, que manifestaram apoio à dor dos pais e familiares de Raíça. No entanto, a maneira como o incidente foi politizado gerou desconfiança e críticas ao governo. A situação destaca a dificuldade de equilibrar a proteção dos usuários, especialmente das crianças, com a manutenção das liberdades individuais, incluindo a liberdade de expressão nas redes sociais.
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