Um depoimento recente no Supremo Tribunal Federal (STF) abalou a narrativa divulgada pela Procuradoria Geral da República (PGR) e pelo próprio tribunal sobre uma suposta tentativa de golpe de estado. O general da reserva Júlio César de Arruda, ex-comandante do Exército nomeado pelo presidente Lula, negou ter recebido qualquer proposta para ruptura institucional ou participação em qualquer plano para impedir a posse do presidente Lula.
Confira detalhes no vídeo:
Durante quase uma hora de depoimento, o general respondeu como testemunha de defesa do tenente-coronel Mauro Cid, ex-ajudante de ordens do ex-presidente Jair Bolsonaro. Quando questionado sobre discussões envolvendo um possível golpe, Arruda foi categórico ao afirmar que não houve nenhuma conversa nesse sentido. Ele confirmou um encontro com o general Mário Fernandes antes da posse presidencial, mas reforçou que não houve qualquer debate sobre golpe.
Arruda ficou apenas 21 dias no comando do Exército e foi demitido após rompimento de confiança com o governo federal. Um dos motivos para sua saída teria sido a resistência do comando militar em autorizar prisões no acampamento em frente ao quartel-general em Brasília na noite de 8 de janeiro. Na ocasião, o general afirmou que seu papel era coordenar a operação e acalmar os ânimos, negando ter impedido a entrada da Polícia Militar.
Outro ponto destacado durante o depoimento foi a resistência de Arruda em exonerar o tenente-coronel Mauro Cid, que já havia sido nomeado para um posto em Goiânia. Outras testemunhas ouvidas pela defesa de Cid também negaram a existência de qualquer plano golpista e ressaltaram a postura profissional do oficial.
Desde o início dos depoimentos na primeira turma do STF, que vêm acontecendo sob sigilo e sem transmissão de imagens ou áudio, surgem contradições e questionamentos sobre a versão oficial. A narrativa de golpe vem sendo progressivamente questionada, com depoimentos que enfraquecem a tese de uma trama organizada para impedir a posse do presidente Lula.
Além do general Júlio César de Arruda, outras autoridades, incluindo o atual ministro da Defesa, também negaram a existência de um golpe. A ausência de provas concretas, como documentos ou planos escritos, tem sido um ponto central nas análises. Não há registros oficiais que comprovem a existência de uma "minuta" ou qualquer material que confirme o suposto golpe, o que torna a acusação difícil de sustentar.
Especialistas e observadores do caso apontam que muitos dos depoimentos até agora soam como versões desconexas, repletas de opiniões contraditórias e sem respaldo em fatos concretos. A falta de evidências objetivas e a pressão exercida sobre alguns depoentes, que teriam sido interrogados de forma coercitiva, reforçam a ideia de que o caso é marcado por tensões políticas e institucionais.
O episódio revela um cenário de conflitos profundos entre o Judiciário, as Forças Armadas e o governo federal, com implicações para a credibilidade das instituições brasileiras. Enquanto isso, o país acompanha de perto o desenrolar dos depoimentos, que prometem mais revelações nos próximos dias.
Em resumo, o depoimento do general Arruda contribui para derrubar a versão de uma tentativa de golpe de estado, apontando para um cenário onde as acusações carecem de provas concretas e são alvo de intenso debate político e jurídico. O desfecho do caso ainda é incerto, mas fica claro que a questão do golpe envolve muito mais disputas institucionais e narrativas divergentes do que fatos comprovados.
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