Em 10 de abril de 2025, o Ministério do Desenvolvimento Agrário do governo Lula emitiu uma orientação que gerou forte reação pública, especialmente no setor rural e entre os críticos do movimento social. O documento, assinado por Cláudia Maria Dadico, diretora do Departamento de Mediação de Conflitos Agrários, instruía as Secretarias Estaduais de Segurança Pública a evitarem as prisões de integrantes do Movimento dos Trabalhadores Rurais Sem Terra (MST) durante o período conhecido como "Abril Vermelho". Esse é um mês em que o MST intensifica suas atividades de invasão de terras, buscando chamar a atenção para suas causas.
Confira detalhes no vídeo:
A orientação menciona especificamente o artigo 313 do Código Penal, que estabelece condições para a prisão preventiva, restringindo-a a crimes com penas superiores a quatro anos. O documento também faz referência a decisões de tribunais superiores, como o Supremo Tribunal Federal (STF) e o Superior Tribunal de Justiça (STJ), que não consideram os movimentos sociais, como o MST, organizações criminosas. Com isso, o ministério procurou justificar a postura de evitar a repressão policial durante este período de protestos.
Entretanto, a orientação gerou uma onda de críticas. Para muitos, esse posicionamento do governo alimenta uma visão permissiva sobre a invasão de propriedades privadas, prática que é considerada ilegal pela legislação brasileira. A Confederação da Agricultura e Pecuária do Brasil (CNA) apontou que, apenas em 2025, o MST já havia realizado 46 invasões de terras, um número alarmante para os proprietários rurais e autoridades que defendem a manutenção da ordem e do respeito à propriedade privada.
A decisão ministerial foi criticada por setores que consideram que o papel do governo deveria ser o de garantir a segurança jurídica e proteger os direitos dos proprietários, conforme estabelecido na Constituição Federal. O artigo 5º da Carta Magna brasileira garante, entre outros direitos fundamentais, a proteção à propriedade. Para os críticos da orientação, o Ministério do Desenvolvimento Agrário não tem autoridade para interpretar a legislação penal e adotar medidas que contrariam o princípio da inviolabilidade da propriedade privada.
Além disso, a reação foi mais intensa em estados com maior incidência de invasões, como São Paulo, Goiás e Mato Grosso, onde o MST frequentemente encontra resistência das autoridades locais. Nessas regiões, as invasões são prontamente repelidas pelas forças policiais, o que contrastaria com a postura adotada por outros estados, principalmente no Nordeste, onde a execução das leis seria mais branda, permitindo que os membros do MST continuem suas ações sem grandes obstáculos.
O debate sobre a legalidade dessas orientações se intensifica, pois muitos argumentam que o governo Lula está tomando um partido em favor de um grupo social que, para eles, ultrapassa os limites da legalidade, praticando ações que configuram como vandalismo e terrorismo. Atos como a destruição de propriedades agrícolas, incêndios em tratores e a matança de animais, frequentemente associados às invasões, são vistos como crimes graves que merecem ser tratados com rigor, independentemente da ideologia do grupo envolvido.
A discussão também toca em um ponto sensível: a necessidade de um posicionamento claro do governo federal sobre a questão da invasão de terras, uma prática considerada ilegal em qualquer cenário. Para os defensores da ordem e da propriedade, a medida adotada pelo Ministério do Desenvolvimento Agrário não apenas desafia a Constituição, mas também coloca em risco a estabilidade e o progresso no campo, onde a segurança jurídica é um fator essencial para a produção e o desenvolvimento agrícola.
Este episódio colocou em evidência as tensões entre o movimento agrário e o governo, além de trazer à tona a complexa relação entre justiça social e o respeito ao estado de direito no Brasil. O futuro das políticas públicas e sua aplicação na questão agrária segue como um dos temas centrais da política nacional, especialmente em um momento de crescente polarização no país.
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