MUNDO: LULA E DITADOR CAMINHAM AO SOM DE GILBERTO GIL


O presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) foi recebido nesta terça-feira, 13 de maio de 2025, com honras em Pequim, capital da China, durante uma visita oficial que incluiu encontros com autoridades de alto escalão e participação no Fórum China-Celac (Comunidade de Estados Latino-Americanos e Caribenhos). O momento mais simbólico da cerimônia de boas-vindas foi a apresentação da música “Andar com fé”, de Gilberto Gil, executada por uma banda militar chinesa na entrada do Grande Palácio do Povo, o equivalente ao Congresso Nacional do país asiático.

Confira detalhes no vídeo:

O gesto foi visto como uma deferência pessoal ao presidente brasileiro, marcando a importância da visita e da relação bilateral. Lula se reuniu com o ditador chinês Xi Jinping e com Zhao Leji, líder da Comissão Permanente da Assembleia Nacional Popular, reforçando os laços entre Brasil e China. A agenda incluiu temas econômicos, ambientais e geopolíticos, com foco na ampliação da cooperação entre os países em áreas estratégicas como energia, infraestrutura e comércio.

Apesar da cordialidade e do tom festivo da recepção, a visita não passou imune a críticas. A proximidade de Lula com o governo chinês reacendeu debates sobre seu posicionamento político internacional, especialmente diante do regime autoritário comandado por Xi Jinping. O presidente brasileiro tem sido alvo de críticas por adotar um discurso conciliador em relação a países que têm governos centralizados e pouca abertura democrática, como China, Rússia e Irã.

A escolha da canção brasileira durante a cerimônia oficial foi interpretada por alguns setores como uma tentativa de suavizar a imagem da China perante o público brasileiro, destacando o caráter cultural e amistoso da relação entre os dois países. No entanto, opositores e analistas políticos apontaram que o simbolismo do gesto não apaga a natureza autoritária do regime chinês, e que a deferência a Lula pode ser vista como parte de uma estratégia diplomática de Pequim para estreitar laços com a América Latina, especialmente com governos de perfil de esquerda.

O Fórum China-Celac, que reuniu autoridades da América Latina e do Caribe ao lado de líderes chineses, também foi alvo de atenção. A iniciativa busca fortalecer o diálogo político e econômico entre os países da região e a China, consolidando a influência chinesa no hemisfério ocidental. O Brasil, como uma das maiores economias latino-americanas, tem papel de destaque nesse processo, o que explica o protagonismo dado à visita de Lula.

Críticos do governo brasileiro apontam que, ao se alinhar com regimes autoritários, o país pode comprometer sua imagem internacional como defensor da democracia e dos direitos humanos. Para eles, a política externa deve ser mais cautelosa e equilibrada, preservando relações comerciais estratégicas sem abrir mão de princípios democráticos.

Ainda assim, o governo brasileiro defende que o diálogo com diferentes países é fundamental para garantir o desenvolvimento econômico e a inserção do Brasil em um cenário multipolar, onde a China ocupa papel central. A viagem de Lula reforça essa estratégia, mesmo diante das controvérsias que ela desperta.

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