Durante um discurso realizado na terça-feira (13) em Pequim, o presidente Luiz Inácio Lula da Silva surpreendeu ao declarar que, apesar das divergências políticas e ideológicas com o ex-presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, considera sua postura mais direta nas relações internacionais mais adequada do que a abordagem adotada pelo atual presidente norte-americano, Joe Biden.
Confira detalhes no vídeo:
A declaração foi feita no contexto de sua visita oficial à China, onde Lula busca aprofundar laços comerciais, políticos e tecnológicos com o governo de Xi Jinping. O posicionamento do presidente brasileiro foi interpretado como um recado sobre sua insatisfação com a maneira como os Estados Unidos, sob a liderança democrata, têm conduzido a política externa, especialmente em relação a temas que envolvem países do sul global.
Lula destacou que, mesmo não compartilhando da visão de mundo de Donald Trump, o estilo mais confrontativo e menos dissimulado do ex-presidente republicano seria, segundo ele, mais transparente e direto do que a forma como Joe Biden conduz as relações diplomáticas. A fala sinaliza um incômodo crescente do governo brasileiro com os rumos da política externa dos EUA e um possível reposicionamento estratégico diante de um cenário internacional polarizado.
A preferência por uma interlocução mais clara, mesmo que com atritos, reflete uma visão pragmática de Lula sobre a diplomacia. Para o presidente, o diálogo entre nações deve ser franco, ainda que marcado por tensões. Ele tem defendido a construção de uma ordem mundial multipolar, com mais equilíbrio entre as potências e maior protagonismo de países em desenvolvimento.
As declarações de Lula surgem em um momento em que o Brasil tenta se firmar como mediador em conflitos internacionais e como defensor de uma nova governança global. O presidente tem reiterado, em diversos fóruns, que os países emergentes precisam ser ouvidos nas decisões que afetam a economia e a paz mundiais. Sua fala em Pequim pode ser vista como parte dessa estratégia, ao buscar se diferenciar dos modelos tradicionais de política externa do Ocidente.
O comentário sobre Trump e Biden também repercute internamente, já que ocorre num contexto em que o Brasil equilibra suas relações com diferentes blocos de poder. Lula reforçou, durante sua passagem pela China, o compromisso com uma política externa soberana, voltada para o fortalecimento de parcerias com países asiáticos, africanos e latino-americanos, sem subordinação às agendas de Washington ou de qualquer outro centro hegemônico.
A visita à China, uma das principais parceiras comerciais do Brasil, ocorre em meio ao fortalecimento dos BRICS e à busca por maior autonomia nas decisões geopolíticas. Ao elogiar a forma direta de Trump, Lula dá um sinal de que, embora mantenha compromissos diplomáticos com os Estados Unidos, não pretende alinhar automaticamente sua política externa às diretrizes da Casa Branca sob a gestão Biden.
A fala em Pequim adiciona mais um capítulo à postura cada vez mais crítica do governo brasileiro frente à atuação dos EUA no cenário internacional e reforça a intenção do Planalto de diversificar alianças e consolidar um papel mais independente para o Brasil no mundo.
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