A autorização do governo federal para a realização de demolições das casas de famílias que já haviam desocupado a Favela do Moinho, no centro de São Paulo, gerou uma onda de críticas por parte de parlamentares e moradores da comunidade. A ação, conduzida pela gestão do governador Tarcísio de Freitas (Republicanos) e com o apoio da Prefeitura de São Paulo, resultou em manifestações intensas e confrontos com a Polícia Militar (PM), além de acusações de abuso de poder e falhas na comunicação com os afetados.
Na segunda-feira (13), seis casas foram demolidas, o que levou moradores a se manifestarem com protestos, ateando fogo nos trilhos da CPTM e causando interrupções no transporte ferroviário. No dia seguinte, a PM foi chamada para dispersar outra manifestação, na qual os moradores também teriam incendiado trilhos da Linha 8-Diamante. Durante a operação, uma criança desmaiou após inalar gás lacrimogênio, o que gerou indignação e aumentou a tensão no local.
A deputada Paula da Bancada Feminista (PSOL) criticou a postura do governo federal, afirmando que, ao permitir as demolições, o governo estava se eximindo de sua responsabilidade e permitindo que atos violentos acontecessem contra os moradores da comunidade. Para ela, o presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) deveria tomar uma atitude firme para impedir que essas ações continuassem.
A deputada estadual Ediane Maria (PSOL-SP) também manifestou repúdio à maneira como as demolições foram realizadas, acusando o governo estadual de não avisar previamente os moradores sobre a destruição de suas casas. Ela descreveu a operação como um "show de horror", onde muitos moradores perderam seus bens sem qualquer aviso ou preparação. Ediane Maria criticou ainda a postura de Tarcísio de Freitas, apontando que ele estaria promovendo uma "limpeza social" com o objetivo de beneficiar interesses imobiliários. Além disso, a parlamentar afirmou que a PM utilizou de violência para intimidar os manifestantes e as autoridades presentes no local.
Durante os protestos, as deputadas relataram que foram agredidas e cercadas pela polícia, em um episódio que foi registrado em vídeos. As imagens mostram o momento em que a PM disparou bombas de gás lacrimogênio perto das parlamentares e dos manifestantes, o que intensificou a revolta da população local e dos envolvidos. A ação policial foi vista como desproporcional e gerou críticas ao tratamento dado aos moradores e ativistas que estavam no local.
A Favela do Moinho, uma das mais antigas do centro de São Paulo, é alvo de um processo de remoção de seus moradores devido a projetos de revitalização urbana e especulação imobiliária na região. Embora as autoridades justifiquem as desocupações com promessas de melhorias urbanas, defensores dos direitos humanos e os próprios moradores questionam a forma como o processo tem sido conduzido, acusando as autoridades de negligenciar os direitos das famílias afetadas. A falta de diálogo e a violência policial durante a operação seguem sendo pontos de fricção entre os envolvidos no processo de remoção e as autoridades responsáveis.
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