O ex-governador e ex-candidato à Presidência Ciro Gomes elevou o tom contra o governo federal ao atribuir à atual gestão a responsabilidade por um esquema de desvios bilionários no Instituto Nacional do Seguro Social (INSS). Figura influente no PDT, Ciro saiu em defesa do ex-ministro da Previdência Carlos Lupi, presidente do partido, e afirmou que há uma tentativa do Planalto de transferir a responsabilidade da crise para integrantes da sigla e outros servidores ligados ao órgão.
Segundo Ciro, o volume das fraudes detectadas no INSS durante o governo atual é significativamente maior do que o registrado em administrações anteriores. Ele reconheceu que desvios já ocorriam nos mandatos de Michel Temer e Jair Bolsonaro, mas ressaltou que os valores, naqueles períodos, giravam em torno de R$ 200 milhões por ano. De acordo com ele, sob o comando atual, esse número teria saltado para cerca de R$ 3 bilhões anuais, o que indicaria um agravamento expressivo na condução da Previdência Social.
A crítica do pedetista vai além da defesa de seu aliado político. Ele também acusa o governo de falhar na fiscalização e no controle interno do INSS, permitindo que o sistema fosse tomado por fraudes em larga escala. Em vez de atacar os reais responsáveis por essas falhas, afirma Ciro, o Executivo estaria preferindo empurrar a culpa para fora de sua esfera de comando, mirando técnicos e ex-dirigentes que, segundo ele, não têm vínculo com a atual cúpula do poder.
A denúncia traz novamente à tona a fragilidade estrutural da Previdência no Brasil, um setor com orçamento elevado e historicamente vulnerável a desvios e irregularidades. As fraudes no INSS afetam diretamente milhões de brasileiros que dependem de benefícios, aposentadorias e pensões, e comprometem a imagem e a credibilidade do sistema público de seguridade.
As declarações de Ciro também colocam em xeque a relação do PDT com o governo federal. Apesar de integrar a base aliada, o partido tem adotado posições independentes em diversas votações no Congresso, e o episódio amplia o desgaste entre lideranças pedetistas e o núcleo duro do Planalto. O momento é delicado para o Executivo, que enfrenta dificuldades políticas crescentes e pressões por maior eficiência administrativa.
Internamente, a reação do governo à acusação tem sido marcada por cautela. A prioridade, neste momento, é conter o impacto político do escândalo e preservar o apoio de aliados estratégicos. No entanto, o posicionamento público de Ciro Gomes expõe fissuras que podem comprometer a articulação política do governo em temas sensíveis, especialmente aqueles ligados à reforma administrativa e à gestão de benefícios sociais.
Com os desdobramentos ainda em curso, o escândalo no INSS promete continuar repercutindo nos meios político e institucional. O episódio reforça o debate sobre a necessidade de medidas urgentes para modernizar os mecanismos de controle e evitar que recursos públicos continuem sendo desviados em prejuízo da população.
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