A Câmara dos Deputados aprovou recentemente, em regime de urgência, um projeto de lei que propõe o aumento no número de deputados federais, medida que gerou críticas por não ter sido discutida com a população. O projeto surgiu após uma decisão do Supremo Tribunal Federal (STF) que solicitou uma maior proporcionalidade na representação dos estados, uma vez que estados com maior população, como São Paulo, estão sub-representados. No entanto, em vez de redistribuir as vagas de forma mais justa entre as unidades da federação, o presidente da Câmara, Hugo Motta, optou por criar novas vagas, o que, segundo críticos, não resolve os problemas de representação, mas apenas aumenta os custos do governo.
A proposta de aumento do número de deputados implica em mais gastos públicos, como o aumento de assessores, gabinetes e apartamentos funcionais, além do custo com salários. A aprovação do projeto ocorreu sem consultar os cidadãos, o que gerou descontentamento. O deputado Ricardo Salles foi um dos que se posicionaram contra a medida, descrevendo a decisão como um "tapa na cara da sociedade". Para ele, em meio às diversas crises que o Brasil enfrenta, como escândalos de corrupção, aumentar o número de parlamentares seria uma decisão irresponsável que desconsidera as necessidades da população.
Salles também levantou a questão da desigualdade na representação, destacando o caso de São Paulo, que, segundo ele, é o estado mais prejudicado pela atual estrutura da Câmara. Com 640 mil votos, São Paulo deveria ter 111 deputados, mas possui apenas 70. Em contraste, estados com populações menores possuem uma quantidade desproporcional de representantes. Para Salles, o aumento do número de deputados não resolveria esse problema, mas aumentaria os custos para a sociedade sem trazer benefícios reais.
O senador Cleitinho também criticou a proposta, questionando as prioridades do Congresso Nacional em um momento de escândalos de corrupção e outras crises. Ele sugeriu que os parlamentares saíssem às ruas e perguntassem aos cidadãos se eles realmente queriam o aumento do número de deputados, ressaltando que a população já está sobrecarregada com os altos custos do governo e não deveria ser forçada a arcar com mais despesas.
O deputado Marcel Van Hattem também se manifestou contra o projeto, argumentando que ele não resolve o problema da representatividade no Brasil. Segundo ele, o projeto redistribui as vagas de forma desigual, mantendo um número mínimo de oito deputados para os estados menores, o que não altera significativamente a disparidade entre os estados. Além disso, ele observou que São Paulo deveria ter 111 deputados, de acordo com a proporção populacional, mas o projeto não corrige essa injustiça.
O projeto de aumento do número de deputados agora passará por outras etapas legislativas, mas o grande descontentamento com a proposta indica uma crescente insatisfação popular. Para muitos, a criação de novas vagas não é a solução para a desigualdade na representação política, mas sim um aumento nos custos do sistema político sem uma real melhoria na representatividade da população. A falta de uma consulta à sociedade sobre um tema tão relevante para a democracia levanta questões sobre a transparência e a responsabilidade dos parlamentares em suas decisões.
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