O governo federal deu início a uma intensa articulação política com o objetivo de impedir a instalação de uma Comissão Parlamentar Mista de Inquérito (CPMI) voltada a apurar irregularidades no Instituto Nacional do Seguro Social (INSS). A iniciativa parlamentar já conta com o número necessário de apoios para sair do papel — são 171 deputados e 30 senadores que assinaram o requerimento, ultrapassando o mínimo exigido.
Para conter o avanço da proposta, o Palácio do Planalto mobilizou sua base aliada no Congresso na tentativa de reverter o apoio já consolidado. A estratégia passa por convencer os parlamentares a retirarem suas assinaturas antes que o pedido seja oficialmente apresentado em plenário. Esse momento é considerado crucial, pois a leitura do requerimento no Senado representa o passo final para a criação formal da comissão.
A operação do governo se concentra em duas linhas principais. A primeira envolve o contato direto com os congressistas que subscreveram o pedido, numa tentativa de fazê-los recuar. Lideranças governistas estão empenhadas em conversas individuais, usando como moeda de troca promessas de apoio político, liberação de recursos e articulação em pautas de interesse dos parlamentares. O objetivo é frear a formação da comissão e evitar a exposição negativa que poderia surgir com as investigações.
Simultaneamente, outra frente de atuação foca em negociações com o presidente do Senado, Davi Alcolumbre. O governo espera que ele, ao não dar andamento imediato à leitura do requerimento, consiga atrasar ou até mesmo arquivar a iniciativa. Como não há um prazo definido para essa leitura, o presidente da Casa tem margem para adiar indefinidamente o processo, o que, na prática, impede a criação da CPMI.
A proposta de investigação surgiu após o surgimento de denúncias sobre possíveis fraudes na concessão de benefícios previdenciários. Parlamentares de diferentes partidos defendem a apuração dos fatos, alegando que é preciso investigar falhas no sistema que permitiram desvios em larga escala. O tema gerou repercussão nacional, aumentando a pressão sobre o Congresso para tomar medidas concretas.
Por sua vez, o Executivo teme que a comissão sirva de palanque político para a oposição e aprofunde desgastes já enfrentados pelo governo em outras áreas. Existe ainda a preocupação de que as apurações acabem envolvendo autoridades do alto escalão, o que traria consequências institucionais mais graves.
O cenário segue em aberto e pode mudar a qualquer momento, a depender da retirada ou permanência das assinaturas no requerimento. Até que a proposta seja lida em plenário, o governo continuará se mobilizando para evitar que a CPMI se concretize e inicie investigações que possam comprometer a imagem e a governabilidade da atual administração.
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