A ausência do ex-ministro da Economia, Paulo Guedes, na galeria de ex-chefes da pasta do Ministério da Fazenda provocou reações no meio político. A situação chamou a atenção do deputado federal Evair de Melo, que questionou publicamente por que a imagem do ex-integrante do governo Bolsonaro não está presente no espaço destinado a homenagear os antigos ministros. Em resposta, o Ministério da Fazenda afirmou que os ministérios da Fazenda e da Economia são estruturas diferentes e, por isso, Guedes não estaria incluído na lista dos ex-titulares da atual pasta.
Durante o governo Bolsonaro, houve uma reorganização administrativa que unificou diversas pastas econômicas, como Fazenda, Planejamento e Indústria e Comércio, resultando no Ministério da Economia, chefiado por Paulo Guedes. Com a chegada do presidente Lula ao poder em 2023, a estrutura anterior foi desfeita, e os ministérios separados foram restabelecidos. A Fazenda voltou a ter uma identidade própria, com novo comando e funções distintas da pasta criada no governo anterior.
A ausência do retrato de Guedes na galeria da Fazenda foi vista por apoiadores do governo anterior como uma tentativa de omitir sua passagem pelo comando da política econômica nacional. Apesar da crítica, a atual administração esclareceu que não existe uma norma oficial que defina quais critérios devem ser seguidos para a exposição dos retratos dos ex-ministros. A pasta informou ainda que está analisando a possibilidade de incluir a imagem de Guedes.
O episódio levantou discussões sobre como os governos lidam com os registros e reconhecimentos dos que os antecederam. A justificativa técnica da distinção entre os ministérios não impediu que a situação fosse interpretada sob um viés político, alimentando suspeitas sobre uma possível tentativa de apagar parte da história recente do país. A controvérsia ressalta a importância de critérios institucionais objetivos para homenagens como essa, evitando decisões subjetivas ou influenciadas por disputas ideológicas.
Mesmo com a extinção do Ministério da Economia, a atuação de Paulo Guedes como principal figura da política econômica durante o governo Bolsonaro é um fato marcante. Não incluí-lo em uma galeria de ex-ministros pode ser entendido como uma negação de seu papel naquele período, o que levanta questionamentos sobre o tratamento dado à memória institucional no país.
Caso a imagem de Guedes seja incorporada à galeria, isso poderá representar uma tentativa de conciliação simbólica. No entanto, o caso já escancarou a fragilidade de como esse tipo de reconhecimento é conduzido. Em um cenário político marcado por polarizações, decisões como essa têm peso significativo, pois representam não apenas uma formalidade, mas também um posicionamento sobre o legado deixado por diferentes administrações.
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