O jurista Ives Gandra Martins utilizou as redes sociais para se posicionar contra a decisão do ministro Alexandre de Moraes, do Supremo Tribunal Federal (STF), que optou por manter a tramitação da ação penal contra o ex-presidente Jair Bolsonaro e pessoas ligadas a ele, mesmo após a Câmara dos Deputados ter aprovado a suspensão do processo. A manifestação do jurista reacende o debate sobre os limites entre os poderes da República e destaca a escalada de tensões entre o Judiciário e o Legislativo.
Segundo Ives Gandra, a escolha de Moraes demonstra mais uma vez um desrespeito à autonomia do Parlamento. Ele observa que a maioria da Câmara, com 315 votos, se posicionou de forma clara contra o andamento da ação penal. Apesar disso, o ministro do STF entendeu que apenas parte das acusações deveria ser suspensa, mantendo outras em tramitação, o que, na visão do jurista, representa uma afronta direta à decisão dos deputados.
A situação reflete, de acordo com o jurista, uma crise mais ampla entre os Poderes, em que decisões judiciais acabam colidindo com as prerrogativas legislativas. A votação expressiva na Câmara seria, para ele, uma reação institucional ao que muitos parlamentares consideram interferência excessiva do Judiciário nas atribuições do Legislativo. Esse embate tem gerado preocupações sobre o equilíbrio institucional previsto pela Constituição.
Ives Gandra também ressaltou o crescente distanciamento entre os Poderes, destacando que a harmonia e independência entre eles, previstas na Constituição, têm sido deixadas de lado. Ele acredita que a ausência de entendimento entre Supremo, Congresso e Executivo contribui diretamente para o agravamento da instabilidade jurídica e política no país.
O jurista ainda lembrou que, em períodos anteriores da história do Brasil, já foram concedidas anistias a crimes de maior gravidade do que os ocorridos em 8 de janeiro de 2023. Ele defende que o país deveria adotar uma postura semelhante neste momento, como forma de interromper o ciclo de conflitos e ressentimentos que têm marcado os últimos anos. Para ele, a anistia serviria como um gesto de pacificação e reconciliação nacional.
De acordo com sua análise, o clima de confronto institucional impede que o país avance e agrava a polarização política. A manutenção de penas severas, aliada à falta de diálogo entre os Poderes, só reforçaria o cenário de instabilidade. Na visão de Gandra, é necessário buscar alternativas que favoreçam a reconstrução da confiança entre as instituições e devolvam à sociedade um ambiente de segurança jurídica.
Com esse posicionamento, Ives Gandra defende não apenas uma medida jurídica, mas também um gesto político capaz de restaurar a convivência entre os Poderes. Ele acredita que somente com equilíbrio, respeito mútuo e disposição para a conciliação o Brasil poderá superar a fase de conflitos e avançar rumo à estabilidade democrática.
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