O Governo da Bahia nomeou um ex-detento para o cargo de diretor do Conjunto Penal Masculino de Salvador, decisão que vem gerando intensa repercussão nos meios políticos, jurídicos e sociais do estado. A nomeação, confirmada pela Secretaria de Administração Penitenciária e Ressocialização (Seap), colocou no centro da gestão de uma das maiores unidades prisionais do estado um homem que, no passado, esteve recluso justamente nesse mesmo local.
Confira detalhes no vídeo:
A escolha do novo diretor é considerada inédita e provocou reações distintas. De um lado, setores da sociedade veem a nomeação como um exemplo de ressocialização bem-sucedida, que rompe paradigmas sobre o destino de pessoas que já cumpriram pena. Por outro, críticos questionam os critérios da escolha e os possíveis impactos na autoridade e na segurança da gestão penitenciária.
A Seap informou que a indicação seguiu critérios técnicos e administrativos, dentro do escopo da política de ressocialização do estado, cujo foco é promover a reintegração de egressos do sistema prisional por meio de oportunidades concretas. O novo diretor teria demonstrado, segundo fontes da secretaria, comprometimento com o processo de reintegração, além de formação e experiência profissional adquiridas após sua saída do sistema prisional.
Apesar disso, o fato de o nomeado já ter cumprido pena na mesma unidade que agora irá dirigir gerou desconforto em parte do corpo técnico e entre familiares de detentos. A nomeação reacendeu debates sobre os limites da reinserção social de ex-presidiários e os desafios éticos e práticos de colocá-los em posições de comando dentro do próprio sistema penitenciário.
A decisão do governo estadual se alinha a iniciativas de reinserção que têm sido debatidas em fóruns nacionais e internacionais. Especialistas em direitos humanos e políticas penais apontam que, embora raras, medidas como essa podem reduzir a reincidência criminal e contribuir para a humanização do sistema carcerário. No entanto, o sucesso desse tipo de iniciativa depende de critérios rigorosos de avaliação de perfil, preparo psicológico e supervisão constante.
Por outro lado, opositores à nomeação argumentam que a presença de um ex-detento na chefia da unidade pode abalar a hierarquia institucional e comprometer a disciplina entre os custodiados. Há também questionamentos sobre a imparcialidade que o diretor poderá manter diante de internos que podem ter sido seus colegas de cela, além de possíveis pressões e vínculos oriundos do período em que esteve preso.
O governo baiano, por sua vez, defende que a ressocialização deve ir além de palavras e programas, sendo concretizada também por meio de oportunidades de liderança e participação ativa na reconstrução de trajetórias de vida. A nomeação foi mantida até o momento, e o novo diretor já assumiu oficialmente o cargo.
VEJA TAMBÉM:
Garanta acesso ao nosso conteúdo clicando aqui, para entrar no grupo do WhatsApp onde você receberá todas as nossas matérias, notícias e artigos em primeira mão (apenas ADMs enviam mensagens).
Clique aqui para ter acesso ao livro escrito por juristas, economistas, jornalistas e profissionais da saúde conservadores que denuncia absurdos vividos no Brasil e no mundo, como tiranias, campanhas anticientíficas, atos de corrupção, ilegalidades por notáveis autoridades, fraudes e muito mais.
Comentários
Postar um comentário
Cadastre seu e-mail na barra "seguir" para que você possa receber nossos artigos em sua caixa de entrada e nos acompanhe nas redes sociais.