BRASIL: PARLAMENTAR CONFUNDE “TOMBAMENTO” DE IGREJA COM DEMOLIÇÃO


Durante uma sessão da Câmara Municipal de Capão Bonito, no interior de São Paulo, o vereador Clayton Sassá (União) protagonizou um momento inusitado ao se posicionar contra o tombamento da Igreja Matriz Nossa Senhora da Conceição, apesar de se declarar favorável à sua preservação. A declaração gerou repercussão entre os presentes e nas redes sociais locais, uma vez que deixou transparecer um possível desconhecimento do significado do termo “tombamento”.

Confira detalhes no vídeo:

Em sua fala, o parlamentar afirmou respeitar todas as religiões, mesmo não sendo católico, e destacou a importância histórica do templo, que tem mais de 150 anos de existência. No entanto, disse ser “totalmente contrário ao tombamento” do edifício, aparentemente acreditando que o processo significaria a destruição do prédio. “Não são 150 dias, não são 150 meses, são 150 anos. Como que se destrói algo de 150 anos de história?”, questionou o vereador.

Apesar da oposição ao tombamento, o vereador fez questão de reforçar sua intenção de proteger a estrutura histórica. Ele anunciou que apresentará um pedido para a criação de medidas que impeçam a passagem de caminhões na rua onde está localizada a igreja, como forma de evitar danos estruturais. Sassá defendeu que, caso veículos pesados insistam em circular na área, sejam aplicadas multas como forma de coibir o trânsito na via.

A fala, contudo, gerou confusão pelo fato de o tombamento ser justamente um instrumento legal utilizado para proteger bens de valor histórico, artístico ou cultural. O processo de tombamento não implica em demolição ou descaracterização, mas sim na imposição de regras que assegurem a conservação do patrimônio. Ao se posicionar contra o tombamento e ao mesmo tempo defender sua proteção, o vereador acabou evidenciando o mal-entendido.

A Igreja Matriz Nossa Senhora da Conceição é um dos marcos mais antigos de Capão Bonito. A história da cidade está intimamente ligada ao templo religioso, cuja primeira missa foi celebrada em 22 de agosto de 1850, ainda na freguesia Nova de Nossa Senhora da Conceição do Capão Bonito do Paranapanema. Desde então, a igreja tem sido referência cultural, histórica e religiosa para a comunidade local.

O episódio reacendeu o debate sobre a importância da preservação do patrimônio histórico no interior paulista e também sobre a necessidade de formação adequada para legisladores que lidam com temas técnicos e jurídicos em suas funções. Em Capão Bonito, o tombamento da igreja vinha sendo discutido por órgãos municipais de patrimônio e cultura, que consideram a medida essencial para evitar alterações não autorizadas ou possíveis riscos à integridade da estrutura ao longo do tempo.

A situação chamou atenção para o papel da Câmara Municipal no cuidado com o patrimônio da cidade e para a importância de comunicação clara entre agentes públicos e a população.

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