A Polícia Federal (PF) apreendeu cadernos com anotações que indicam um possível esquema de corrupção envolvendo ex-dirigentes do Instituto Nacional do Seguro Social (INSS). Segundo investigadores, os documentos sugerem o pagamento de propina de 5% para influenciar decisões sobre concessão e descontos de benefícios previdenciários. Os nomes dos ex-gestores Alessandro Stefanutto e Virgílio Ribeiro estão entre os citados nas anotações, o que levanta suspeitas sobre seu possível envolvimento no esquema.
Confira detalhes no vídeo:
A descoberta foi feita durante uma operação que investiga fraudes contra o sistema previdenciário nacional. Os cadernos estavam entre os materiais apreendidos em endereços ligados a empresários e consultores que atuam como intermediários entre beneficiários e o INSS. De acordo com os investigadores, esses documentos mostram uma estrutura organizada de repasses financeiros com a finalidade de obter vantagens indevidas nas decisões administrativas do órgão.
As anotações registram valores, datas e iniciais de nomes que, segundo os agentes federais, podem indicar pagamentos periódicos aos servidores públicos. O valor padrão da propina seria de 5% sobre o montante do benefício concedido ou sobre os valores recuperados em revisões de aposentadorias e pensões. Em alguns trechos dos cadernos, aparecem detalhes que associam os pagamentos a decisões favoráveis emitidas por setores técnicos do INSS, o que fortalece a tese de que havia uma rede de influência interna.
Ainda segundo a investigação, os suspeitos utilizavam empresas de fachada e intermediários para ocultar a origem dos valores. Há indícios de que parte dos pagamentos era feita em dinheiro vivo, em encontros previamente combinados fora dos canais institucionais. Em outros casos, os repasses seriam disfarçados como serviços de consultoria ou assessoria jurídica, muitas vezes prestados por empresas sem experiência ou estrutura compatível com os contratos assinados.
A PF agora trabalha para cruzar os dados dos cadernos com movimentações bancárias e registros administrativos do INSS, a fim de identificar os beneficiários diretos das decisões supostamente influenciadas. Também estão sendo analisadas escutas telefônicas autorizadas pela Justiça, que teriam captado conversas sobre acertos de valores e a divisão dos recursos entre os envolvidos.
O avanço das investigações poderá levar à abertura de novos inquéritos e ao indiciamento de servidores e empresários. O caso reacende o debate sobre a vulnerabilidade dos sistemas de controle interno da Previdência Social e a necessidade de maior transparência nos processos de revisão e concessão de benefícios. Especialistas em gestão pública apontam que esquemas como esse enfraquecem a confiança da população na administração do Estado e comprometem a sustentabilidade do sistema previdenciário.
As diligências continuam, com previsão de novas oitivas e apreensões nos próximos dias. A Polícia Federal espera concluir a primeira fase da investigação nas próximas semanas, com a entrega de um relatório ao Ministério Público Federal, que decidirá sobre eventuais denúncias. Enquanto isso, o INSS informou que colabora com as apurações e que servidores citados nas investigações estão sendo afastados preventivamente.
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