BRASIL: PRESIDENTE DO BANCO CENTRAL SE CONSTRANGE AO SER PERGUNTADO SOBRE TRAPALHADA DO GOVERNO LULA


O presidente do Banco Central, Gabriel Galípolo, adotou um tom leve e descontraído ao ser questionado sobre um tema que tem gerado desconforto dentro do próprio governo: o aumento do IOF (Imposto sobre Operações Financeiras). Ao deixar o Fórum Esfera, realizado no litoral paulista neste sábado (7), Galípolo riu e respondeu de forma evasiva quando indagado se havia conversado com o governo sobre o decreto que elevou o imposto. Sua reação, embora aparentemente informal, evidencia a falta de alinhamento entre o Banco Central e o Ministério da Fazenda.

Confira detalhes no vídeo:

A questão do IOF, normalmente um assunto técnico e sensível, tornou-se alvo de um embate público de versões entre o ministro da Fazenda, Fernando Haddad, e o secretário-executivo da pasta, Dario Durigan. No final de maio, Durigan afirmou que o tema havia sido tratado diretamente entre Haddad e Galípolo antes da publicação do decreto. No entanto, no mesmo dia, Haddad utilizou as redes sociais para negar qualquer negociação com o Banco Central, contradizendo publicamente seu principal auxiliar.

Esse ruído dentro da equipe econômica revela uma falta de sintonia preocupante em um momento em que o governo tenta demonstrar responsabilidade fiscal e estabilidade institucional. A elevação do IOF tem impacto direto sobre o custo do crédito e afeta tanto consumidores quanto o mercado financeiro. Espera-se, portanto, que decisões como essa sejam bem coordenadas entre os principais órgãos envolvidos.

A postura ambígua de Galípolo, ao evitar dar uma resposta clara sobre sua participação na discussão, levanta dúvidas sobre o nível de comunicação entre o Banco Central e o Ministério da Fazenda. O gesto de rir e encerrar o assunto com um “tranquilo” pode até parecer trivial, mas reforça a percepção de que há mais tensão e desorganização nos bastidores do que o governo gostaria de admitir.

Além disso, o episódio expõe uma fragilidade política: a dificuldade de unificar o discurso sobre decisões estratégicas. Quando duas autoridades de alto escalão apresentam versões diferentes sobre a mesma questão, a credibilidade do governo como um todo fica comprometida. No mercado financeiro, essa desarticulação se traduz em insegurança e cautela por parte de investidores, especialmente em um contexto econômico já desafiador.

O caso também reacende questionamentos sobre a independência do Banco Central, conquistada formalmente nos últimos anos, mas ainda testada na prática. Se Galípolo participou ou não das discussões sobre o IOF é menos relevante do que o fato de essa indefinição vir à tona de forma pública e mal resolvida. Isso fragiliza a imagem institucional do BC e abre margem para interpretações sobre interferência ou falta de autonomia.

No fim, o episódio do IOF se transforma em mais do que um simples ajuste fiscal: ele escancara falhas de articulação e comunicação que ainda marcam a relação entre o núcleo econômico do governo e o Banco Central.

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