O ex-presidente Jair Bolsonaro tornou públicos os vídeos que o ministro Alexandre de Moraes impediu que fossem exibidos durante seu interrogatório no Supremo Tribunal Federal. As imagens mostram declarações de autoridades como Flávio Dino, Carlos Lupi e o próprio Bolsonaro, em diferentes momentos políticos, tratando do sistema eleitoral e defendendo a adoção do voto impresso.
Nos registros, Flávio Dino, atualmente ministro do Supremo, aparece ainda como deputado em 2010, contestando o resultado da eleição ao governo do Maranhão e alegando ocorrência de fraudes. Em outro trecho, já em 2014, Dino volta a criticar as urnas eletrônicas, defendendo melhorias no processo de votação e maior transparência na identificação dos eleitores.
O material divulgado também mostra Carlos Lupi, presidente do PDT, defendendo enfaticamente a impressão do voto desde os anos 2000, retomando o posicionamento de Leonel Brizola. Ele sustenta que a recontagem de votos seria impossível sem esse mecanismo, o que poderia favorecer fraudes, comprometendo a lisura das eleições.
Também são apresentados vídeos de 2015, nos quais Jair Bolsonaro e Rodrigo Maia comemoram a aprovação no Congresso de uma emenda que incluía o voto impresso para as eleições seguintes. Segundo eles, a medida aumentaria a confiança nas urnas e permitiria a recontagem de votos em caso de dúvida.
Após as eleições de 2022, Bolsonaro aparece reconhecendo o resultado, pedindo que os manifestantes mantenham a calma e respeitem a Constituição. Ele reforça a importância de não fechar rodovias e de preservar o direito de ir e vir, alertando para os prejuízos econômicos e a perda de legitimidade de protestos que ultrapassam os limites legais. Ainda nesse período, Bolsonaro fala com seus apoiadores em uma transmissão ao vivo, pedindo que evitem confrontos e descartem a ideia de "tudo ou nada".
A defesa do ex-presidente pretendia usar esses vídeos no processo para demonstrar que sua crítica ao sistema eleitoral não é um caso isolado. O objetivo era mostrar que, ao longo dos anos, diversas figuras públicas questionaram ou sugeriram mudanças no processo eleitoral, sem que isso configurasse qualquer crime. A comparação serviria para contextualizar as falas de Bolsonaro e, segundo seus advogados, afastar a ideia de que ele tinha intenção golpista.
O impedimento da exibição dos vídeos durante o interrogatório foi interpretado como uma forma de proteger os atuais ministros e autoridades citadas nas gravações, cuja participação em críticas semelhantes poderia enfraquecer a tese da acusação. Ainda assim, o conteúdo já circula amplamente pela internet, evidenciando o que muitos consideram um tratamento desigual por parte do Judiciário.
O debate reacende a discussão sobre liberdade de expressão e o uso político das decisões judiciais. Com a defesa buscando reforçar a tese de que Bolsonaro foi alvo de perseguição, a repercussão internacional e a legitimidade do processo voltam a ser colocadas em xeque.
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