O deputado Delegado Ramagem, que já foi diretor da Agência Brasileira de Inteligência (ABIN), prestou depoimento nesta segunda-feira à Primeira Turma do Supremo Tribunal Federal (STF), onde é réu em um processo que investiga uma suposta tentativa de golpe de Estado. Ele é um dos acusados, junto com o ex-presidente Jair Bolsonaro e outras pessoas próximas a ele.
Durante seu depoimento, Ramagem rejeitou as acusações e respondeu às perguntas feitas pelo ministro Alexandre de Moraes de forma firme, contestando os pontos levantados. O deputado chegou a informar ao ministro que não seria permitido incluir novas acusações ou fatos no meio do interrogatório, reforçando a necessidade de seguir regras processuais.
Ramagem destacou que essa foi a primeira vez que teve a chance de se manifestar formalmente nos autos do processo, apontando o absurdo das acusações baseadas em uma delação premiada que, segundo ele, vem mudando constantemente, além de documentos pessoais encontrados em seus dispositivos eletrônicos. Ele ainda ironizou a situação, sugerindo que a inclusão dele no caso teria o objetivo de manter um deputado com foro privilegiado entre os réus.
Um dos pontos mais defendidos por Ramagem foi a contestação da interpretação feita pela Polícia Federal sobre os documentos encontrados em seu computador. Ele afirmou que a PF estaria equivocada ao sugerir que os arquivos pessoais teriam sido enviados ao ex-presidente Bolsonaro ou divulgados publicamente. Segundo o deputado, esses documentos eram apenas anotações e reflexões pessoais, guardadas para seu próprio uso, sem qualquer destinatário.
Ramagem explicou que os arquivos consistiam em simples documentos de texto, sem formatação, e que nunca saíram de seu computador. Ele ressaltou que a simples elaboração de pensamentos e ideias não pode ser considerada um crime, e que não há nenhuma prova de que ele tenha repassado esses documentos a outras pessoas, muito menos ao presidente.
O depoimento do deputado revela a tensão presente no processo, evidenciando uma disputa política que acompanha a investigação. Ao rejeitar as acusações e questionar a forma como o inquérito vem sendo conduzido, Ramagem demonstra uma postura de resistência contra a versão apresentada pelas autoridades.
Este processo faz parte de uma série de investigações sobre supostos atos contra a democracia e instituições brasileiras, envolvendo figuras públicas de grande relevância. O caso reforça o debate sobre o uso político do sistema judicial e o papel das instituições no enfrentamento de denúncias que envolvem autoridades de alto escalão.
A defesa de Ramagem continua enfatizando a importância de que o processo respeite os direitos individuais e o devido processo legal, criticando possíveis interpretações tendenciosas e o uso indevido de provas.
Assim, o julgamento segue em andamento no Supremo Tribunal Federal, que analisará os depoimentos e as evidências para definir os próximos passos deste caso, que tem forte impacto político e jurídico no país.
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