Na noite desta segunda-feira (23), as ruas de Teerã foram tomadas por moradores que celebravam o que foi divulgado pela mídia estatal como um ataque bem-sucedido do Irã contra uma base militar dos Estados Unidos no Oriente Médio. A base alvo, Al Udeid, localizada no Catar, é a maior instalação americana na região.
Contudo, levantamentos feitos pelas autoridades dos EUA apontam que todos os seis mísseis disparados pelo Irã foram interceptados antes de atingirem qualquer alvo, não causando danos significativos. Além disso, a base já havia sido evacuada aproximadamente uma semana antes do ataque, devido ao aumento das tensões na região, e não havia aeronaves em operação no local.
Antes do lançamento dos mísseis, as autoridades do Catar e dos Estados Unidos foram informadas com várias horas de antecedência, o que possibilitou a evacuação e medidas de segurança, tornando o ataque mais simbólico do que efetivo.
Apesar dessas informações, a maior parte da população iraniana acreditou na versão oficial transmitida pela televisão estatal. No Irã, o acesso livre à internet e às redes sociais é severamente restrito, e a imprensa é fortemente controlada pelo governo. Isso significa que a maioria dos cidadãos depende exclusivamente das fontes oficiais para se informar, o que permite ao regime construir uma narrativa que destaca a força militar e a resposta vigorosa contra os Estados Unidos.
Esse controle da informação é usado para reforçar o sentimento de resistência e unidade nacional, mesmo diante de uma ação que, na prática, não causou prejuízos materiais. A exaltação da retaliação militar ajuda o governo a manter apoio interno em meio a um cenário de pressão internacional e tensões crescentes.
O caso também evidencia a dificuldade de obter informações imparciais dentro do país, onde o monopólio governamental da comunicação limita o acesso da população a versões alternativas dos acontecimentos. Isso faz com que muitos iranianos aceitem a narrativa oficial sem questionar, o que molda a percepção pública sobre os eventos.
Enquanto isso, a comunidade internacional observa com atenção o desenrolar dos acontecimentos na região, especialmente entre Irã e Estados Unidos, em um momento delicado de relações e negociações. O episódio do ataque à base Al Udeid serve como exemplo de como ações militares podem ser usadas para transmitir mensagens políticas e estratégicas, mesmo que tenham pouco efeito prático.
Em suma, a celebração nas ruas de Teerã reflete a adesão popular à versão oficial do governo, que enfatiza uma retaliação militar significativa. Na realidade, o ataque teve um impacto limitado, funcionando mais como um ato simbólico dentro da escalada de tensões entre as duas potências.
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