Nos dias que antecederam seu depoimento ao Supremo Tribunal Federal (STF), o ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) buscou o ex-presidente Michel Temer (MDB) para obter orientações sobre como se portar diante da Corte. A conversa, mantida em caráter reservado, teve como objetivo definir a melhor estratégia para enfrentar a oitiva conduzida pelo ministro Alexandre de Moraes, responsável pelos inquéritos que investigam Bolsonaro por supostos atos contra a democracia.
Fontes próximas aos dois ex-presidentes indicam que Temer aconselhou Bolsonaro a adotar uma postura mais tranquila e equilibrada durante o depoimento. A recomendação teria sido para evitar embates desnecessários com os ministros do Supremo e demonstrar uma atitude mais colaborativa, sinalizando disposição para responder às perguntas com serenidade.
Essa aproximação entre os ex-mandatários ocorre em um momento crítico para Bolsonaro, que vê sua situação jurídica se complicar em função das investigações em curso. Diante disso, a escolha de procurar Temer – conhecido por seu perfil diplomático e articulação política discreta – revela um esforço para remodelar a imagem de Bolsonaro, que antes era marcada por declarações confrontadoras contra o Judiciário.
O gesto também reflete uma mudança de estratégia por parte do ex-presidente, que agora parece buscar interlocução com figuras experientes da política institucional. A conversa com Temer teria ocorrido em um ambiente reservado, longe da mídia e de manifestações públicas, com foco exclusivo em orientações políticas e jurídicas.
No dia do depoimento, Bolsonaro se mostrou mais comedido do que o habitual. Evitou provocações, respondeu às perguntas de maneira contida e saiu do local sem fazer declarações públicas. A atitude foi interpretada por aliados como um sinal de que o ex-presidente começa a reconhecer a necessidade de reduzir o confronto direto com o STF, pelo menos enquanto os processos estiverem em andamento.
A escolha de um tom mais brando também tem relação com os planos políticos futuros de Bolsonaro. Apesar de estar impedido de concorrer nas próximas eleições, ele ainda exerce influência considerável sobre o eleitorado conservador e pretende manter protagonismo nas articulações eleitorais de seus aliados. Para isso, analistas avaliam que manter uma relação menos conflituosa com instituições como o STF pode ser crucial.
A conversa com Michel Temer, nesse contexto, representa uma tentativa de reequilibrar o discurso político e adotar um comportamento mais estratégico frente aos desafios jurídicos. Se a nova postura será mantida nos próximos episódios ainda é incerto, mas os sinais indicam que Bolsonaro está buscando alternativas para enfrentar as adversidades legais e preservar sua relevância política.
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