O Judiciário decidiu não atender ao pedido de integrantes da base governista para que o ex-presidente Jair Bolsonaro fosse submetido ao uso de tornozeleira eletrônica. A solicitação surgiu depois da deputada federal Carla Zambelli, sua aliada política, deixar o Brasil logo após ter sua prisão preventiva decretada. Apesar da pressão política, os magistrados avaliaram que a situação da parlamentar é um caso isolado e não deve ser usada como justificativa para impor novas restrições ao ex-presidente ou a outros envolvidos no inquérito que apura uma suposta tentativa de golpe de Estado.
Zambelli, que foi condenada a 10 anos de prisão por envolvimento em crimes relacionados à propagação de notícias falsas e ataques às instituições democráticas, deixou o país pouco depois da condenação. Seu nome foi incluído na lista vermelha da Interpol, tornando-a procurada em quase 200 países. A fuga da deputada causou forte repercussão política e provocou críticas sobre a eficácia das medidas judiciais de contenção.
Após o ocorrido, parlamentares aliados ao governo federal passaram a defender a adoção de medidas preventivas mais rígidas, como a imposição de monitoramento eletrônico a Bolsonaro e outros investigados. A intenção seria evitar possíveis fugas semelhantes à de Zambelli, especialmente considerando que muitos dos envolvidos têm visibilidade pública e acesso a redes de apoio no exterior.
Mesmo com esse contexto, os juízes responsáveis pelas investigações entenderam que não há elementos suficientes para aplicar novas medidas cautelares contra o ex-presidente. Afirmaram que decisões desse tipo devem se basear em fatos concretos e não em suposições ou comparações com outras situações. Até o momento, Bolsonaro tem cumprido as determinações judiciais e não existem indícios de que ele esteja tentando sair do país de forma irregular.
A decisão também tem reflexos no ambiente político. A recusa em adotar medidas mais rigorosas contra Bolsonaro foi vista por setores do Judiciário como uma forma de evitar decisões que possam ser interpretadas como excessivas ou politicamente motivadas. Ao mesmo tempo, o episódio envolvendo Zambelli reacende o debate sobre a necessidade de maior rigor na aplicação de medidas preventivas em casos de réus com forte atuação pública.
Com o nome de Carla Zambelli incluído na lista internacional de procurados, o governo brasileiro poderá pedir sua extradição, caso ela seja localizada fora do país. Ainda não se sabe oficialmente seu destino, e os esforços agora se concentram na cooperação com autoridades estrangeiras para sua eventual captura.
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