O ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) se posicionou nesta terça-feira (15 de julho de 2025) contra a tarifa de 50% aplicada pelos Estados Unidos sobre produtos brasileiros importados. Em entrevista ao Poder360, Bolsonaro afirmou não ter tido influência na decisão e destacou que poderia contribuir para resolver o conflito caso tivesse liberdade para conversar diretamente com o presidente americano, Donald Trump, do Partido Republicano.
Bolsonaro reforçou que ele e seu filho Eduardo Bolsonaro são contrários ao aumento das taxas impostas pelo governo norte-americano, que afetam especialmente setores como o agronegócio e a indústria exportadora do Brasil. No entanto, ele afirmou que a situação atual é agravada pelo rumo político do país, criticando o governo Lula por, segundo ele, provocar os Estados Unidos e prejudicar as relações bilaterais.
O ex-presidente atribuiu ao discurso e à postura do atual presidente brasileiro o agravamento da crise comercial, indicando que a tarifa de 50% poderia ser revista se houvesse um canal aberto para negociações diretas com Trump. Segundo Bolsonaro, ele teria capacidade para ajudar a reduzir a taxa, mas esbarra na falta de liberdade para dialogar com o governo americano.
Um ponto ressaltado por Bolsonaro foi a sua atual impossibilidade de viajar ao exterior, já que, segundo ele, nem mesmo possui passaporte válido no momento. Essa limitação dificulta sua atuação como interlocutor em possíveis negociações internacionais, aumentando seu afastamento dos rumos da política externa brasileira.
A sobretaxa americana sobre produtos brasileiros tem causado preocupação em diferentes segmentos econômicos, por encarecer as exportações e reduzir a competitividade do Brasil no mercado dos Estados Unidos. Essa medida é vista por muitos como uma retaliação política, dentro de um contexto de tensão crescente entre os dois países.
Enquanto o governo Lula busca alternativas para negociar a redução das tarifas, enfrenta resistência do lado americano e as dificuldades geradas por divergências internas. Isso gera apreensão em empresários e trabalhadores que dependem das exportações para manter suas atividades e empregos.
Com sua manifestação contrária à tarifa, Bolsonaro tenta recuperar relevância política, ao mesmo tempo em que atribui ao atual governo a responsabilidade pela piora das relações com os Estados Unidos. Seu discurso evidencia a disputa política em torno da condução da política externa e das consequências econômicas para o país.
O desfecho dessa crise comercial terá impacto significativo na economia brasileira e nas relações diplomáticas entre Brasil e Estados Unidos. A ausência de diálogo direto e a polarização interna dificultam a construção de soluções, deixando em aberto o futuro da negociação e o caminho para a redução das tarifas impostas.
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