O deputado federal Otoni de Paula (MDB-RJ), uma das lideranças evangélicas que havia demonstrado interesse em se aproximar do presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) nos últimos meses, declarou publicamente nesta quarta-feira (2) seu rompimento com o chefe do Executivo ao defender a abertura de um processo de impeachment contra ele.
No plenário da Câmara dos Deputados, Otoni criticou duramente declarações recentes do presidente Lula, nas quais ele afirmou que não conseguiria governar o país sem recorrer ao Supremo Tribunal Federal (STF) para contestar decisões do Congresso. Para o parlamentar, essas declarações são uma grave afronta ao Poder Legislativo e às instituições democráticas.
O deputado sugeriu que o Partido Liberal (PL), legenda do ex-presidente Jair Bolsonaro, deve iniciar imediatamente as articulações para o impeachment de Lula, mesmo com as eleições presidenciais marcadas para o próximo ano. Para ele, o cenário atual do país e o posicionamento do presidente justificam a medida.
Otoni apontou que a combinação de falta de apoio popular, ausência de suporte no Congresso e a crise econômica cria um ambiente propício para que Lula seja afastado do cargo. Ele afirmou que o presidente governa por meio de decretos e sentenças judiciais, negligenciando o Parlamento, o que considera inaceitável em um regime democrático.
Durante seu discurso, o deputado mencionou até uma discordância com o ministro da Advocacia-Geral da União (AGU), Jorge Messias, relacionada a um culto planejado para rezar pela recuperação da saúde do presidente, demonstrando o distanciamento entre eles.
Essa postura de Otoni representa um revés para as tentativas de aproximação entre o governo Lula e segmentos evangélicos nos últimos meses. O rompimento público expõe uma divisão dentro desse grupo, o que pode refletir nas alianças políticas e na base eleitoral.
O posicionamento acontece em um cenário de alta polarização política no país, com intensificação das disputas entre os principais grupos partidários em vista das eleições de 2026. O apoio ou rejeição de líderes religiosos é um fator relevante em várias regiões, especialmente no Rio de Janeiro, estado representado por Otoni.
Além disso, a defesa do impeachment por parte de uma liderança evangélica ligada ao MDB sinaliza que a oposição ao presidente busca ampliar as frentes de oposição, explorando aspectos institucionais, políticos e econômicos.
A reação oficial do governo e de seus aliados ainda não foi divulgada, mas espera-se que o episódio intensifique os debates sobre governabilidade e estratégias eleitorais nos próximos meses.
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