O Ministério da Igualdade Racial lançou recentemente o edital “Mãe Beata de Iemanjá contra o Racismo Ambiental”, como parte das ações voltadas à COP 30. A iniciativa vai conceder prêmios de R$ 15 mil a projetos já realizados ou em andamento por comunidades de matriz africana e povos tradicionais de terreiro que promovam ações ligadas à preservação do meio ambiente e à chamada justiça ambiental.
O lançamento do programa contou com a presença da ministra Anielle Franco, da Cultura Margareth Menezes e da primeira-dama Janja da Silva. A proposta central é reconhecer práticas sustentáveis dessas comunidades, que historicamente sofrem com a ausência de políticas públicas e com impactos ambientais desproporcionais.
No entanto, o anúncio gerou críticas de diversos setores, especialmente pelo uso do termo “racismo ambiental”. Para muitos, trata-se de um conceito mal definido e de difícil aplicação, usado mais como ferramenta política do que como base para ações práticas. Argumenta-se que o foco deveria estar em problemas mais urgentes e objetivos, como a universalização do saneamento básico e a proteção de áreas vulneráveis, independentemente de quem as habita.
Críticos também afirmam que medidas como essa reforçam divisões sociais ao priorizar grupos específicos com base em identidade racial ou religiosa. Para eles, o uso da pauta ambiental em conjunto com questões raciais serviria mais para alimentar disputas ideológicas do que para gerar mudanças concretas.
A ministra Anielle Franco, uma das principais representantes da agenda de minorias dentro do governo, tem se destacado por propostas voltadas a causas identitárias. Embora elogiada por militantes ligados a movimentos sociais, sua atuação é vista por outros setores como politizada e com possível viés eleitoral. A proximidade das eleições municipais de 2026 alimenta especulações sobre a intenção de fortalecer sua imagem junto a eleitores de base.
A participação de Janja no evento também não passou despercebida. A primeira-dama tem adotado um papel cada vez mais ativo nas ações do governo federal, o que tem provocado desconforto entre críticos que consideram sua exposição excessiva e politicamente estratégica. Ela tem marcado presença em eventos simbólicos, reforçando a imagem de uma liderança próxima dos movimentos progressistas.
O lançamento do edital ocorre em um momento em que o governo busca ampliar sua base de apoio entre os evangélicos e setores conservadores. Nos bastidores, há preocupação de que ações voltadas a religiões de matriz africana possam gerar resistência entre eleitores religiosos que compõem uma parcela significativa do eleitorado. Isso levanta dúvidas sobre o equilíbrio entre agradar sua base progressista e não afastar segmentos mais tradicionais.
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