Durante sua passagem por Buenos Aires nesta quinta-feira (3), o presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) visitou a ex-presidente da Argentina, Cristina Kirchner, que cumpre prisão domiciliar após ser condenada por corrupção. O encontro ocorreu por volta das 12h30, no horário de Brasília, na residência de Cristina, com autorização prévia da Justiça argentina para que ela pudesse receber o chefe de Estado brasileiro.
A visita aconteceu no mesmo dia em que Lula participou da 66ª Cúpula de Chefes de Estado do Mercosul, realizada na capital argentina. Na ocasião, o Brasil assumiu temporariamente a presidência rotativa do bloco, que reúne países sul-americanos com o objetivo de fortalecer laços comerciais e diplomáticos.
Cristina Kirchner, de 72 anos, foi sentenciada a seis anos de reclusão por envolvimento em irregularidades em contratos públicos na província de Santa Cruz. Devido à sua idade, foi autorizada a cumprir a pena em regime domiciliar. O caso teve ampla repercussão política na Argentina, provocando divisões na opinião pública.
A relação entre Lula e Cristina é antiga e marcada por afinidades políticas. Ambos fizeram parte de um ciclo de governos progressistas na América do Sul e mantiveram contato próximo desde os anos em que lideravam Brasil e Argentina, respectivamente. Lula já havia se manifestado em apoio à ex-presidente em ocasiões anteriores, especialmente após a confirmação da sua condenação pelas instâncias superiores do Judiciário argentino.
O gesto de Lula também remete à atitude do ex-presidente argentino Alberto Fernández, que, em 2019, visitou Lula enquanto ele estava preso em Curitiba, no âmbito das investigações da Lava Jato. À época, a visita foi vista como um ato de solidariedade entre líderes da esquerda sul-americana.
A visita a Cristina, no entanto, provocou reações políticas. Apesar de estar em solo argentino para um encontro oficial entre chefes de Estado, Lula não se reuniu com o atual presidente da Argentina, Javier Milei. Segundo informações da comitiva brasileira, não houve tempo disponível para um encontro bilateral entre os dois. Ainda assim, a ausência de uma reunião com Milei, em contraste com a visita a Cristina, alimentou especulações sobre o atual clima entre os dois governos.
A relação entre Lula e Milei já vinha sendo marcada por atritos desde antes da eleição do presidente argentino. Ambos trocaram críticas públicas em diversas ocasiões, o que contribuiu para o distanciamento diplomático. Assim, embora tenha sido apresentado como um gesto pessoal, o encontro com Cristina pode ser interpretado como mais uma sinalização política no cenário regional.
Lula deixa a Argentina após a cúpula do Mercosul com a agenda cumprida e reforça seus laços com antigos aliados da esquerda latino-americana, mesmo em meio às mudanças políticas que moldam o continente.
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