O governador de São Paulo, Tarcísio de Freitas (Republicanos), tem sido alvo de investigações por sua atuação na articulação de um projeto de anistia que beneficiaria o ex-presidente Jair Bolsonaro e outros envolvidos nos eventos de 8 de janeiro de 2023. Segundo denúncias, Tarcísio utilizou recursos públicos para custear uma viagem a Brasília, nos dias 2 e 3 de setembro, com o objetivo de articular a aprovação de uma proposta de anistia no Congresso Nacional. Durante esse período, ele cumpriu apenas uma agenda oficial, mas manteve compromissos políticos de interesse particular, o que motivou a representação protocolada no Ministério Público paulista por suspeita de improbidade administrativa.
A proposta de anistia ganhou força no Congresso Nacional, especialmente após a condenação de Bolsonaro pelo Supremo Tribunal Federal (STF) a 27 anos e 3 meses de prisão pelos crimes de golpe de Estado, tentativa de abolição do Estado Democrático de Direito, organização criminosa, dano qualificado e deterioração de patrimônio tombado. A articulação de Tarcísio foi fundamental para reunir apoio de partidos como União Brasil, Progressistas, Republicanos, PSD, PL e PP, ampliando o número de deputados favoráveis ao projeto para 292, superando a maioria necessária para sua aprovação.
O projeto de anistia busca livrar Bolsonaro da prisão, anulando inelegibilidades já declaradas e permitindo sua candidatura nas eleições de 2026. No entanto, o Congresso está dividido sobre a abrangência do perdão, com a oposição defendendo uma anistia ampla desde 2019, enquanto aliados do ex-presidente buscam uma proposta que alivie a pena de Bolsonaro, mas que o mantenha inelegível.
Além disso, Tarcísio tem sido criticado por nomeações de aliados ligados ao bolsonarismo em seu governo, como a nomeação do irmão da ex-primeira-dama Michelle Bolsonaro para cargo de assessor especial. Essas ações têm gerado controvérsias e levantado questionamentos sobre a independência e imparcialidade de sua gestão.
A articulação de Tarcísio para a aprovação do projeto de anistia e sua atuação política em Brasília têm sido amplamente debatidas, com opositores acusando-o de utilizar recursos públicos para fins pessoais e partidários, enquanto aliados defendem suas ações como legítimas dentro do processo democrático. A continuidade dessas articulações e o desfecho da proposta de anistia terão impactos significativos no cenário político nacional, especialmente em relação à candidatura de Bolsonaro em 2026 e à estabilidade das instituições democráticas no Brasil.
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