O governo da Albânia anunciou uma medida inédita para enfrentar um dos maiores desafios do país: a corrupção em contratos públicos. O primeiro-ministro Edi Rama, do Partido Socialista, apresentou uma inteligência artificial chamada Diella, que será oficialmente responsável pela supervisão e transparência das licitações e contratos do Estado. A iniciativa marca um passo ousado na integração da tecnologia à administração pública, com o objetivo de aumentar a eficiência e reduzir a interferência humana em processos sensíveis.
O nome Diella foi inspirado na palavra albanesa “diell”, que significa “sol”, simbolizando clareza e transparência — os mesmos valores que o governo pretende imprimir à gestão pública. Desde janeiro, a ferramenta vinha sendo testada em fase experimental, atuando como assistente digital para orientar cidadãos sobre o uso de serviços públicos online e oferecer informações sobre o funcionamento do governo eletrônico. Com a nova atribuição, a IA passa a ocupar um papel central na estratégia nacional de combate à corrupção.
A Albânia tem sido historicamente marcada por escândalos de desvio de recursos e irregularidades em licitações, o que compromete o avanço econômico e a confiança da população nas instituições. Ao colocar uma inteligência artificial no comando dos contratos públicos, o governo busca romper com práticas antigas e garantir que decisões sejam tomadas com base em critérios objetivos e rastreáveis. A ideia é que a Diella possa fiscalizar documentos, verificar a integridade de dados, cruzar informações financeiras e identificar possíveis indícios de favorecimento ou manipulação em processos de compra governamentais.
O uso de tecnologias de automação e aprendizado de máquina permitirá à nova ministra digital detectar padrões suspeitos que poderiam escapar à observação humana. A expectativa é que, com o tempo, a IA seja capaz de produzir relatórios de conformidade em tempo real, sinalizando operações de risco e prevenindo irregularidades antes mesmo que ocorram. Além disso, o sistema deverá funcionar de forma aberta, com dados acessíveis ao público, fortalecendo os mecanismos de controle social e a confiança da sociedade nas decisões governamentais.
A adoção da Diella também faz parte de um projeto mais amplo de modernização do Estado albanês, que inclui a digitalização de serviços públicos e a integração de plataformas de transparência. O país vem tentando se alinhar a padrões de governança exigidos pela União Europeia, da qual busca se aproximar politicamente e economicamente. A iniciativa, segundo analistas internacionais, pode servir de exemplo para outras nações que enfrentam desafios semelhantes relacionados à corrupção e à falta de transparência.
Embora o anúncio tenha despertado entusiasmo, especialistas alertam para a necessidade de monitoramento constante e de protocolos éticos claros para o uso da inteligência artificial em decisões administrativas. O governo, por sua vez, afirma que a Diella não substituirá completamente os gestores humanos, mas atuará como uma ferramenta de apoio para garantir decisões mais justas e transparentes.
Com a nomeação de sua ministra digital, a Albânia torna-se o primeiro país do mundo a atribuir a uma inteligência artificial a função oficial de supervisionar contratos públicos, reforçando a tendência global de incorporar tecnologia à gestão do Estado e inaugurando uma nova era de governança automatizada.
VEJA TAMBÉM:
Garanta acesso ao nosso conteúdo clicando aqui, para entrar no grupo do WhatsApp onde você receberá todas as nossas matérias, notícias e artigos em primeira mão (apenas ADMs enviam mensagens).
Clique aqui para ter acesso ao livro escrito por juristas, economistas, jornalistas e profissionais da saúde conservadores que denuncia absurdos vividos no Brasil e no mundo, como tiranias, campanhas anticientíficas, atos de corrupção, ilegalidades por notáveis autoridades, fraudes e muito mais.


Comentários
Postar um comentário
Cadastre seu e-mail na barra "seguir" para que você possa receber nossos artigos em sua caixa de entrada e nos acompanhe nas redes sociais.