VIDEO: POLÍCIA DE SP DIVERGE DA PF NA INVESTIGAÇÃO DAS BEBIDAS COM METANOL


A investigação sobre a intoxicação causada por bebidas adulteradas com metanol em São Paulo provocou um impasse entre a Polícia Federal (PF) e o governo estadual. As duas instituições divergem quanto à origem do produto e à possível participação do crime organizado no caso, que já resultou em mortes e internações graves.


Até o momento, as autoridades paulistas identificaram 22 casos suspeitos de contaminação, sendo cinco confirmados por exames laboratoriais. As vítimas apresentaram sintomas típicos de envenenamento por metanol, como visão turva, dores intensas e falência múltipla de órgãos. Em algumas cidades do interior, a venda de bebidas artesanais e de marcas desconhecidas foi suspensa preventivamente.


O Ministério da Justiça determinou que a Polícia Federal conduzisse uma apuração nacional, investigando a origem do metanol, sua distribuição e eventuais conexões com redes criminosas. A PF acredita que há indícios de atuação de organizações ligadas ao tráfico e ao contrabando, com possível entrada ilegal do produto por portos da região Sul, especialmente o de Paranaguá (PR). Os agentes federais também investigam se o líquido tóxico foi desviado de uso industrial para adulteração de bebidas vendidas em diferentes estados.


Já o governo de São Paulo, comandado por Tarcísio de Freitas, discorda dessa tese. Em nota oficial, a administração estadual afirmou que não há provas concretas de que o crime organizado esteja envolvido. Para o governo paulista, os casos parecem ter origem em fabricação clandestina e negligência de pequenos produtores, e não em um esquema nacional. O Instituto de Criminalística e a Polícia Civil seguem mapeando os pontos de venda e recolhendo amostras de bebidas suspeitas.


A divergência entre as duas forças de investigação gerou ruído político. Enquanto a PF defende uma operação conjunta e integrada, o governo estadual prefere manter o controle local da apuração, com foco em identificar os comerciantes e fabricantes diretos. Fontes ligadas ao Ministério da Justiça afirmam que o objetivo é evitar disputas de competência e garantir que as investigações avancem de forma coordenada.


O metanol é uma substância altamente tóxica usada em solventes e combustíveis. Quando ingerido, mesmo em pequenas quantidades, pode causar cegueira, danos neurológicos e morte. As autoridades sanitárias alertam que o produto não tem qualquer uso permitido na produção de bebidas e que o consumo de destilados sem procedência deve ser evitado.


A vigilância sanitária intensificou as fiscalizações em bares, restaurantes e depósitos de bebidas em todo o estado. Foram apreendidas garrafas de marcas desconhecidas e sem registro no Ministério da Agricultura. O governo federal estuda endurecer as penalidades para quem comercializar produtos adulterados com risco à saúde pública.


Enquanto as investigações seguem caminhos diferentes, especialistas apontam que a disputa entre a PF e o governo de São Paulo pode atrasar resultados e dificultar a punição dos responsáveis. A prioridade agora é localizar a origem do metanol, impedir novas contaminações e proteger a população de um problema que pode se espalhar para outros estados.



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