A viagem de Joesley Batista a Caracas chamou atenção porque não foi um deslocamento empresarial comum. O empresário, um dos principais nomes do grupo J&F, foi até a Venezuela com um objetivo totalmente político: entregar pessoalmente a Nicolás Maduro um pedido para que ele deixasse a presidência. A visita ocorreu pouco depois de Donald Trump afirmar que a única saída aceitável para Washington seria a renúncia de Maduro, sinalizando que os Estados Unidos estavam dispostos a endurecer ainda mais a pressão.
Confira detalhes no vídeo:
Embora Joesley não tenha ido em nome oficial de nenhum governo, sua movimentação não aconteceu no vazio. Informações de bastidores apontam que autoridades americanas sabiam da viagem e enxergavam nela uma oportunidade alternativa. A avaliação nos EUA era que Joesley, por ter mantido relações comerciais com a Venezuela durante anos, teria mais abertura para uma conversa direta com Maduro do que diplomatas tradicionais, altamente monitorados pelo regime venezuelano.
Segundo reportagens internacionais, o encontro entre os dois aconteceu de forma reservada, sem divulgação oficial, em ambiente controlado e com acesso restrito. Joesley teria tentado apresentar a renúncia como uma solução menos custosa para Maduro, evitando mais sanções, mais isolamento e riscos de aumento da tensão com os EUA. A argumentação giraria em torno de evitar que a crise escalasse para um nível difícil de controlar.
O histórico de Joesley na Venezuela ajudou a viabilizar esse encontro. A J&F já fez negócios relevantes no país, especialmente em épocas de forte instabilidade econômica. Isso criou canais que continuaram existindo mesmo após o agravamento da crise venezuelana. Por isso, embora ainda surpreendente, não foi impossível para o empresário obter acesso direto ao mandatário venezuelano.
A repercussão internacional tratou o episódio como uma ação paralela à diplomacia formal. Analistas afirmam que os EUA têm buscado todos os meios possíveis para impulsionar uma mudança política na Venezuela, tanto por sanções quanto por articulações informais. A presença de Joesley seria parte dessa estratégia de abrir múltiplas frentes — algumas públicas, outras discretas — para pressionar o regime de Maduro.
Mesmo assim, nada indica que Maduro tenha considerado a proposta. O governo venezuelano segue reagindo com o discurso de resistência, dizendo que pressões externas equivalem a tentativas de desestabilização. Já Washington não comenta detalhes, mantendo apenas a linha de que segue avaliando cada passo da situação.
No Brasil, a ida de Joesley provocou debates, principalmente pela simbologia da visita. A J&F foi rápida em afirmar que o empresário não estava representando nenhum governo e que sua presença na Venezuela se relacionava ao histórico de negócios no país. Porém, dentro da arena política, a leitura é outra: a viagem o colocou no centro de uma crise internacional complexa, em um papel incomum para um empresário.
No fim, a iniciativa não produziu mudanças aparentes. Maduro segue no controle, os Estados Unidos continuam pressionando, e a Venezuela segue em incerteza. A tentativa de Joesley ilustra o tamanho da tensão regional e como, diante do impasse, até figuras fora da diplomacia tradicional estão se envolvendo em esforços para evitar que a crise avance para um cenário ainda mais grave.
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