Ao discursar diante de líderes do bloco, o presidente brasileiro criticou a presença militar de potências externas na América do Sul, afirmando que esse tipo de iniciativa tende a agravar crises políticas e sociais, em vez de resolvê-las. Lula defendeu que conflitos regionais sejam tratados por meio do diálogo, da mediação diplomática e do fortalecimento de mecanismos multilaterais, evitando soluções baseadas no uso da força.
O presidente ressaltou que a América do Sul já convive com desafios estruturais importantes, como pobreza, desigualdade social, fluxos migratórios e instabilidade econômica. Para ele, um conflito armado na Venezuela teria efeito dominó, intensificando crises humanitárias, ampliando o número de refugiados e pressionando países vizinhos, especialmente Brasil, Colômbia e Caribe. Lula afirmou que a região não pode ser novamente palco de disputas geopolíticas entre grandes potências.
A fala ocorre em meio ao aumento das tensões entre Estados Unidos e Venezuela, após declarações do presidente norte-americano Donald Trump admitindo a possibilidade de ações militares e apreensões de navios venezuelanos. Diante desse cenário, Lula reforçou que o Brasil não apoia qualquer iniciativa que viole a soberania de países sul-americanos e reiterou a tradição diplomática brasileira de defesa da paz e da autodeterminação dos povos.
Para analisar o tema, a Jovem Pan ouviu o coronel da reserva Paulo Filho, especialista em assuntos estratégicos e geopolíticos. Segundo ele, uma intervenção militar estrangeira na Venezuela teria consequências imprevisíveis. O coronel avalia que, além do impacto humanitário imediato, haveria risco de prolongamento do conflito, com envolvimento de grupos armados internos e possíveis reações de aliados internacionais do governo venezuelano.
Paulo Filho destacou que operações militares raramente se limitam aos objetivos iniciais anunciados. Na avaliação do militar da reserva, ataques externos tendem a desorganizar estruturas básicas do Estado, como fornecimento de energia, água e alimentos, afetando diretamente a população civil. Ele também apontou que o uso da força poderia fortalecer discursos nacionalistas e autoritários, dificultando ainda mais uma saída política negociada.
O coronel concordou com a posição defendida por Lula ao afirmar que soluções diplomáticas são menos custosas e mais eficazes no longo prazo. Para ele, organismos regionais, como o Mercosul e a Unasul, poderiam desempenhar papel mais ativo na mediação do conflito venezuelano, desde que haja vontade política e coordenação entre os países da região.
Encerrando sua participação na cúpula, Lula reafirmou que o Brasil seguirá atuando para evitar a escalada de tensões e para promover o diálogo regional. Segundo o presidente, a estabilidade da América do Sul depende do respeito à soberania, da cooperação entre os países e da rejeição a intervenções militares externas que apenas aprofundam crises já existentes.
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