O clima na CPMI do INSS esquentou durante a audiência desta segunda-feira, 1º de dezembro, quando o vice-presidente da comissão, deputado Duarte Jr. (PSB-MA), entrou em conflito direto com o ex-coordenador de pagamentos do instituto, Jucimar Fonseca da Silva. A reunião, que deveria esclarecer pontos sobre o esquema de descontos ilegais em benefícios de aposentados e pensionistas, acabou virando palco de um confronto verbal pesado entre os dois.
As investigações apontam que Jucimar autorizou, de uma só vez, pedidos de descontos associativos feitos por uma das entidades envolvidas no esquema. Essa autorização teria sido assinada em uma nota técnica considerada irregular pelos investigadores. Por causa disso, ele foi afastado das funções no dia 27 de julho por decisão da Justiça.
Quando começou a depor, Jucimar afirmou que havia um documento interno do INSS que contradizia o entendimento do Ministério Público, segundo o qual ele teria apoiado a liberação de descontos indevidos. Ele alegou que esse material provaria que não houve respaldo jurídico para barrar a autorização dada às associações. Ao ouvir isso, Duarte Jr. pressionou para que o ex-diretor apresentasse de imediato a tal prova, já que ele mesmo afirmava ter conhecimento da existência do documento.
Como Jucimar não apresentava nada concreto, o deputado decidiu pedir que ele lesse um trecho de um parecer da Procuradoria-Geral Federal. Segundo o parlamentar, esse parecer mostrava justamente o contrário do que o depoente dizia. Para Duarte Jr., Jucimar estava omitindo fatos e tentando manipular a narrativa dentro da comissão.
O parecer citado afirmava que o INSS não deveria ter firmado o Acordo de Cooperação Técnica com uma das associações investigadas. Para o deputado, isso derruba a versão de Jucimar de que não havia impedimento jurídico nem alerta de risco. Foi nesse ponto que o bate-boca começou a ganhar força.
Irritado, o ex-coordenador de pagamentos passou a levantar a voz e insistiu que a prova existia nos autos e que o parlamentar poderia acessá-la por conta própria. Duarte Jr. não gostou do tom. Ele rebateu imediatamente, exigindo respeito e dizendo que o depoente estava ali para responder perguntas, não para levantar a voz.
O deputado endureceu ainda mais, acusando Jucimar de ter responsabilidade direta no esquema dos descontos e dizendo que as mãos dele estavam marcadas pela corrupção que atingiu milhares de aposentados. A fala gerou revolta do ex-dirigente, que tentou responder, mas foi cortado pelo parlamentar, que mantinha o controle da bancada naquele momento.
O embate paralisou por alguns instantes a reunião da CPMI, chamando a atenção dos demais membros da comissão e de quem acompanhava a sessão. A discussão expôs a tensão existente dentro da investigação, que tenta rastrear responsabilidades no escândalo que atingiu beneficiários do INSS em todo o país.
Mesmo após o bate-boca, a comissão seguiu com a audiência, mas o clima ficou visivelmente pesado. O episódio reforçou a intensidade das apurações e o grau de desgaste entre investigados e parlamentares.
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